Buenos Aires: Dicas de Câmbio e Generalidades

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Não ia a Buenos Aires desde 1998, quando estive para o show do U2, Pop Mart. Acredite se quiser. Desde lá, mudou muita coisa. Mas escrevo apenas para dar algumas dicas em um assunto que vem sendo recorrente neste blog: câmbio.

A Argentina vive um período econômico que privilegia muito o turismo. A moeda desvalorizada frente ao dólar e ao real oportuniza aos brasileiros viajar mais barato que no Brasil. Fora isso, você encontra passagens aéreas por menos de R$ 200 o trecho. Mas tem que procurar o dia certo.

Porém, o pulo do gato mesmo, para quem quer aproveitar o câmbio, é: não use cartão de crédito, em hipótese alguma! Em setembro deste ano, quando estive, o câmbio oficial era de 8,40 pesos por dólar, enquanto o paralelo, que se faz nas ruas, estava em 14,70. Uma diferença de mais de 60% se você ainda considerar o IOF das transações internacionais via cartão. Fora que não há como saber, nem ao telefonar para seu cartão, qual o câmbio pesos/dólar do dia, apenas o dólar/real, como já falei aqui. O paralelo, que é ilegal, acontece na rua. Você é abordado por um vendedor a cada 10 passos ao caminhar pela Calle Florida. Chega a ser chato. Na primeira hora você até responde “no, gracias”, depois cansa. Eles negociam o preço ali mesmo e, se topar, te levam para o escritório em alguma galeria ou prédio. Segundo dizem, há que se tomar cuidado com os golpes. Aconselho fazer o primeiro câmbio com pouco dinheiro no bolso, para testar a confiabilidade do lugar. Quando estiver no “estabelecimento”, pergunte se fariam um valor melhor para maior quantidade e volte mais tarde para tal. Aí, claro, sem utilizar o “atravessador” da rua, vá por conta própria, pois já sabe o caminho. Talvez consiga uma taxa mais interessante. Algumas lojas aceitam dólar ou real direto, a um valor próximo ao paralelo, mas claro que com uma conversão pior do que as casas especializadas.

Sem saber dessas barbadas, acabei levando pouco dinheiro em espécie, pois teria a ajuda dos cartões se precisasse. Acabou que, para o que pretendia, deu e sobrou. Não fui com a intenção de “muambar”, apenas de passear. Gastei 20% a menos que dispunha. Comprei algumas coisinhas por impulso, mas me arrependi amargamente de não ter aproveitado para me abastecer de roupas para o inverno seguinte. Se encontram casacos, jaquetas etc. — de muito, mas muito boa qualidade — de R$ 150 a R$ 500. Mas estou falando de MUITO boa qualidade, mesmo! Claro que tem porcaria. Encontre os lugares certos e as promoções. Mas se eu, que nem procurava, achei, não será difícil para quem já vai com a intenção.

A comida também é um caso à parte. Faltaram dias para tantos restaurantes, panaderias, cafés que queria ir. No mais caro de Buenos Aires, você gasta R$ 90 por pessoa, com vinho. Existem lugares muito bons e tradicionais, em que não se gasta R$ 20 por pessoa. Não vou dar dicas de onde comer, pois fiquei pouco tempo e existem diversos blogs que fazem isso.

Sobre locomoção, nem pense em não andar de táxi. Tirando a ida e volta para o aeroporto, a corrida mais longa que fizemos, que atravessou a cidade, custou R$ 15. Tiros curtos podem sair por até R$ 4. Na chegada em Baires, no aeroporto, me dirigi ao guichê oficial de táxis. Como só tinha dólares, os 380 pesos cobrados no caixa, me custaram, pelo câmbio oficial, US$ 45. Na volta, pedimos um carro pelo próprio hotel, que me custou 300 pesos. Ou seja, R$ 50 ou US$ 20.

Outubro entra com maior desvalorização ainda da moeda argentina. Melhor para o turismo brasileiro. Aproveite.