É O SEGUINTE, APPLE MUSIC: EU NÃO QUERO QUE…

applenoranges[1]– NÃO QUERO QUE troque as capas dos meus álbuns; já coloquei as capas corretas! Não quero que substitua a capa que escolhi por uma da trilha sonora onde a música também está!
– NÃO QUERO QUE substitua a música de um disco raro ao vivo pela versão de estúdio do disco mais popular! Eu quero ouvir a versão específica!
– NÃO QUERO QUE, quando eu quiser ouvir a versão remasterizada que tenho em meu iTunes, você me toque a versão original, e nem vice-versa.
– NÃO QUERO QUE substitua o arquivo que eu ripei, com a qualidade que eu escolhi, com todas as minhas manias, pelo padrão que a Apple acha que é melhor para mim!
– NÃO QUERO QUE se confunda e, quando não achar a minha faixa, a substitua por outra totalmente nada a ver, de outro artista inclusive.
– E, definitivamente, NÃO QUERO QUE coloque músicas arbitrariamente em meu celular; faixas que eu não pedi para ficarem off line e nem as escutei via streaming.

Sim, isto é uma ameaça! Se em menos de três meses isso não se cumprir, eu não dou continuidade a minha assinatura.

O Polêmico Comercial de O Boticário

gregorioO comercial para TV de O Boticário vem causando frisson nos últimos dias (ou seriam “últimas horas”?). Quem já assistiu e sabe da celeuma que se instaurou, pode pular para o próximo parágrafo. O filme publicitário é editado intercalando cenas de homens e mulheres comprando presentes, se arrumando em casa etc., como se aguardassem alguém. A construção do roteiro cria a expectativa de que haverá encontro dos casais no Dia dos Namorados. E realmente há. Mas o plot twist se dá na hora que percebemos que dois dos três casais são homossexuais, um masculino e um feminino. A trilha sonora é o instrumental da canção de Lulu Santos “Toda Forma de Amor”, mas a assinatura da campanha, apesar de graficamente usar cores inspiradas nas do arco-íris, não aborda o tema, dizendo “Entregue-se à tentação de Egeo” — a linha de produtos que está sendo vendida.

A iniciativa é linda! Em um mundo repleto de preconceitos de todos os tipos, é uma benção (se é que os detentores do direito de uso desta palavra me permitem “blasfemá-la”). Só que, claro, diversos ditos defensores da moral, dos bons costumes e da instituição familiar brasileira estão resmungando. E, por causa disso, recebendo tais “denúncias”, o CONAR (órgão de autorregulamentação da propaganda no país) precisa avaliar a situação e julgar se o comercial deve ou não ser retirado do ar. Não acredito que farão uma besteira tão grande.

Devido ao sucesso duplo da campanha (por seu próprio brilho e pelo buzz que o embate está causando nas mídias sociais), algumas pessoas levantam a hipótese de tudo ter sido planejado. Como publicitário, já me passou pela cabeça, várias vezes, criar propositalmente uma crise falsa e estúpida (como esta) contra algum trabalho meu, justamente para promovê-lo ainda mais e fazer o cliente posar de bonzinho. Ele sairia ainda mais fortalecido e com reputação de benfeitor injustiçado. Mas nunca levei a cabo por questões éticas óbvias. Sendo assim, é impossível não pensar na hipótese para o caso atual. O que me dissuade de acreditar nisso, não é genialidade da ideia, pois se até eu a tive, não deve ser tão brilhante assim. O que a torna improvável é o cliente aprovar a conspiração.

Só que as pessoas começam a conversar nas mídias sociais, a pensar (direito ou não) e chegam coletivamente à conclusão de que empresas que têm uma inciativa “corajosa” como essa devem ser valorizadas. Criam uma batalha entre a corrente retrógrada (que nem ousa se pronunciar no Facebook) e a superempresa que vai salvar o mundo do preconceito. E decidem que, mesmo sem gostar dos produtos da marca, consumi-los neste momento é uma forma de incentivo a tamanho ato exemplar de bravura. Artistas também começam a publicar seu apoio, como a foto postada no Instagram do ator Gregório Duvivier.

A campanha será exitosa. O Boticário venderá como nunca!

A partir de agora entra a parte o-que-tu-fumou? da minha abordagem, de onde pode sair, no máximo, um livro de ficção malsucedido. Outras empresas, surfarão na onda e darão representatividade cada vez maior às “minorias”. De repente essas “minorias” começarão a se sentir exploradas em excesso. Irão promover passeatas contra ao capitalismo selvagem que utiliza sua personalidade sem representá-las de fato. E todos sabem o que acontece quando há superexposição de algo, né? Deixa de ser cool e quem vale-se desse apelo sem legitimidade começa a ser mal visto, é repudiado no social media e tudo vira, de novo, o que era antes. Voltam a usar cachorrinhos e crianças na propaganda. Isso, sim, vai vender sempre.

Como Economizar Bateria do Iphone

bateriaNinguém vive mais sem smartphones. Parafraseando o que Woody Allen disse sobre computadores (algo mais ou menos assim): “eles vieram para resolver problemas que não existiam antes da invenção dos mesmos”. E é bem por aí. Se pensarmos que antigamente a bateria de um celular durava uma semana, agora, dê graças a Deus se chegar em casa com alguma depois de um dia fora.

Se você tem um iPhone, redigi uns macetes que, dependendo dos apps instalados e do seu perfil de uso, farão você economizar tempo de bateria que pode salvar o dia. Estas dicas servem para iOS 7 (a maioria) e para iOS 8 (todas).

Antes de seguir os passos abaixo, vá até “ajustes” / “uso” / “uso da bateria” e espere carregar a lista de aplicativos logo abaixo. Ela vai te mostrar quais deles estão consumindo mais energia, seja porque você realmente o usa muito, seja pelo fato de estar mal configurado, usando recursos sem necessidade. Você pode ver o consumo percentual de cada app nas últimas 24h e nos últimos 7 dias. Se encontrar um item que pouco usa listado com os mais sugadores de energia, dê mais atenção a ele nas dicas abaixo.

1. Na tela principal, na parte inferior dela, arraste o dedo de baixo para cima, de fora para dentro. Abrirá um painel de controle. Ajuste a luminosidade de tela para o nível mais baixo, que não fique desconfortável. .

2. Em “ajustes” / “tela e brilho”, ative o botão “brilho automático”. Assim, o ajuste do passo um sofrerá alterações dinâmicas, de acordo com a luz ambiente. Quando estiver no escuro, ele reduzirá a luz da tela, quando estiver ao sol, aumentará, em todas as nuanças intermediárias também. De acordo com a luz do ambiente a tela de adaptará conforme a necessidade de iluminação. Por exemplo, se você estiver no cinema e quiser responder a mensagem de alguém sem atrapalhar ninguém, ela ficará no mínimo ajustado, e você continuará enxergando perfeitamente.

3. Em “Ajustes” / “Notificações”, entre em cada aplicativo e configure se quer ou não quer receber notificações deles e de que tipo.

4. Em “Ajustes” / “Privacidade”, clique em “Serv. Localização”. Entre em cada aplicativo e ajuste quando deseja ou não que ele use sua localização GPS: “nunca”, “sempre” ou “durante o uso do aplicativo”. Dica: a imensa maioria dos aplicativos você irá marcar “nunca”.

5. Em “Ajustes” / “Geral” / “acessibilidade”, procure “reduzir movimento” e ative. Trata-se de um efeito de consome muita bateria desnecessariamente.

6. Em “Ajustes” / “Geral” / “Atualizações em 2º Plano”, deixe ativo apenas nos apps que deseja que recebam atualização enquanto você não os está usando. Dica: a grande maioria ficará desativada; por exemplo,WhatsApp ficará ativado, mas YouTube não, pois não é necessário.

7. Nos apps que trouxerem opção de mudar os temas da interface, prefira aqueles com fundo escuro e letras claras. Quanto menos luz for emitida pela tela, menos energia é consumida.

8. Se seu dispositivo é 4G e seu plano de telefonia também, mas você estiver em uma região sem cobertura 4G ou não vê necessidade de uma conexão mais rápida, vá em “Ajustes” / “Celular” e, em “Voz e Dados”, selecione a opção 3G. Assim, o celular não ficará procurando pela rede 4G toda vez que ela não estiver presente e consumirá menos recursos. Não esqueça de voltar ao 4G quando precisar.

9. Com o iOS 8, veio um aplicativo chamado “Saúde”. Ele fica constantemente marcando quantos passos você dá e calculando a distância que anda por dia. Se você não usa isso, pode ir em “Ajustes” / “Geral” / “Privacidade” / “Movimento e Preparo Físico” e desabilitar o aplicativo Saúde ou, até mesmo, a função inteira de rastreamento de preparo físico. Outros aplicativos como o Waze também se valem deste recurso, não me pergunte para quê.

Com essas dicas, você vai economizar muita bateria do seu iPhone.

O Xalalá que a Sky está passando em seus Clientes

tv-retro_audienciadatv[1]ATUALIZAÇÃO. Depois que escrevi este post, fiz queixa na ANATEL. Foi numa sexta-feira. Na segunda seguinte, a Sky entrou em contato comigo e resolveu a situação. Aconselho a todos, no primeiro sinal de desrespeito, procurar a agência reguladora. Não teria perdido tantos meses, quando perdi se tivesse feito assim.

Frequentemente, as operadores de serviços de telecomunicações reduzem os valores de seus planos e aumentam a qualidade dos serviços. Porém, não avisam os clientes que há uma nova possibilidade melhor e mais econômica. Acontece em telefonia, internet e também com TV por assinatura. É comum.

Estou desde janeiro tentando pagar menos 40 reais por meu pacote da Sky. Eles oferecem um pacote idêntico em canais ao que assino porém com equipamentos melhores e mais barato. A resposta deles desde então é que o sistema está passando por uma atualização. Sempre prometem que o ajuste estará pronto no final do mês, quando poderão efetuar a migração. Já se passaram 3 finais de meses e nada. Hoje, resolvi entrar com processo na Anatel, mas para isso precisava de um número de protocolo de atendimento na Sky, sobre a minha solicitação. Então, acessei o chat e a refiz. Vocês não vão acreditar no que aconteceu. Conforme eu suspeitava, a Sky só tem sistema para mudar de plano se o valor for aumentado não reduzido. Aí você me responde: isso é falta de sistema ou falta de honestidade?

Olhem a conversa (troquei os nomes de pessoas e protocolo para proteger os inocentes, alguns nem tanto):

 

Fulana Debochada — 14:17:13
Olá Sr.CUCA, seja bem vindo a Central de Vendas ao assinante SKY! Em que posso ajudá-lo?

(nota do editor: que entusiasmo!)

CUCA — 14:17:18
olá Fulana

CUCA — 14:18:03
Existe um plano ofertado por vocês no site que é similar ao que eu assino. mas é mais barato e os equipamentos são melhores. É um plano que foi atualizado.

Fulana Debochada — 14:18:30
Este chat é um canal especializado em vendas.
Para redução de valores, peço, por gentileza, que entre em contato com a equipe especialista em adequação de produtos através do telefone 10611, visando uma solução mais rápida e eficaz.

CUCA — 14:18:39
o que eu assino é o COMBO SKY CB NEW SKY HDTV MIX HBO MAX 11, e custa 243,60. Possui um aparelho HD que grava e dois aparelhos simples, não HD

CUCA — 14:18:53
eu quero trocar de plano

CUCA — 14:19:02
não quero caridade

CUCA — 14:19:28
quero comprar um plano mais novo

CUCA — 14:19:31
O que eu quero migrar é o HDTV FULL HBO MAX que está ofertado no seu site por 204,90, que tem um aparelho que grava HD e dois aprelhos HD que não gravam

Fulana Debochada — 14:19:45
Aqui só fazemos aumento de pacote, para diminuir seu pacote e valores faça o procedimento informado.

Fulana Debochada — 14:20:07
Este chat é um canal especializado em vendas.
Para redução de valores, peço, por gentileza, que entre em contato com a equipe especialista em adequação de produtos através do telefone 10611, visando uma solução mais rápida e eficaz.

CUCA — 14:20:08
você não entendeu. eu quero um plano melhor e não pior

CUCA — 14:20:24
o meu plano é de 2011. eu quero um plano atualizado. com equipamentos melhores

Fulana Debochada — 14:21:03
Melhor para o senhor que quer um mais barato, como já informei aqui só fazemos aumento de pacote e automaticamente valores.

CUCA — 14:21:06
é upgrade de plano

Fulana Debochada — 14:21:11
E os planos de 2015 não estão disponiveis.

CUCA — 14:21:16
ah, entendi. aqui é so para eu pagar mais. para eu pagar menos não é aqui?

Fulana Debochada — 14:21:28
Isso mesmo.

CUCA — 14:21:31
eu quero os de 2013

Fulana Debochada — 14:22:07
O senhor quer aumentar o valor do seu pacote Daniel?

CUCA — 14:22:15
o problema é que o “sistema” está fora do ar para reduzir o preço

Fulana Debochada — 14:22:33
Eu não faço redução de preço.

CUCA — 14:22:37
eu quero trocar meu plano de 2011, defasado, pelo plano de 2013

Fulana Debochada — 14:23:48
Se custa menos Daniel eu não troco, o senhor entendeu o que falei, que aqui é só pra aumento?

CUCA — 14:24:00
tu tá de sacanagem. eu tento isso desde janeiro e vocês me dizem que o sistema não está funcionando para troca de plano. agora, você me diz que o sistema só funciona para aumento de valor?

CUCA — 14:24:35
isso é sério?

Fulana Debochada — 14:24:37
Não estou de sacanagem, estou trabalhando, o senhor que não quer entender a informação.

Neste momento, apareceu uma mensagem dela dizendo que o chat seria finalizado por falta de diálogo e fechou. Ainda bem que eu copiei o texto antes. Agora, é ANATEL!

Novo Restaurante Natureba

ovo quebrado

Juro que não fico escutando conversa alheia. Mas não tive como evitar.

Estava com a Alice em um restaurante novo, pseudossofisticado, meio lanchonete, do tipo saudável-fitness que traz no cardápio as propriedades nutricionais dos alimentos; do tipo que o dono acha que basta abrir as portas e está tudo certo. Treinamento de funcionários pra quê? Ainda mais quando o local tem um proposta específica, que é atender um público que busca um tipo de alimentação, digamos, chatinha de vender, pra que treinar seu pessoal, não é mesmo? Sabe funcionário que não entende que ele representa a empresa (ou deveria representar) e não que são duas coisas diferentes?

Entra um brutamontes, malhado (ou gordo, não identifiquei). Senta na mesa atrás da gente, olha o cardápio e conversa, com voz grossa, de macho, com o garçom.

— Quantos ovos vem neste omelete?
— Puxa, acho que uns dois.
— Dá pra fazer ele com mais duas claras?
— Hmmm… Vou ter que ver na cozinha.

(…)

— Infelizmente, não, senhor?
—Por quê?
— Não sei bem. Me disseram que não podem porque não sabem como cobrar…
— Mas tinha que poder, não?
— Eu acho que, sim. Tinha. Mas…
— No concorrente de vocês ali dobrando (falou o nome do lugar), eles fazem.
— Pois é. Tinham que fazer aqui, mas os donos não disseram nada pra gente sobre isso.
— E lá eles nem cobram a mais. Eu peço com seis ovos e não ficam me cobrando o ovo.
— Pois é.
— “Ovo”! Vão me cobrar um ovo? Não, né?
— É. Não… Um ovo…
— Porque assim… O cara às vezes tem que perder peso rápido, pra uma luta. E aí tem que comer o troço certo. E aí o restaurante tem que fazer.
— É… É… Imagina…
— Deveria ter as calorias aqui, não?
— Sim, eu já falei pra eles… Mas os nutricionistas ainda não calcularam.
— Mas tinha que ter.
— Mas tem as corzinhas no cardápio, dizendo se é proteína, carboidrato, o senhor viu?
— O vermelho é proteína?
— É.

(…)

— Tá, me diz como é essa tapioca. Nunca comi tapioca.
— Ah, é com farinha de tapioca e…
— Tá, mais é boa?
— É… É boa.
— Tu já comeu? Gostou?
— É boa, sim.
— Tá.
— O senhor vai querer?
— Me traz o omelete de vocês mesmo, porque eu tô morrendo de fome, depois eu vejo essa tapioca.

(…)

— Senhor, seu omelete e seu suco…
— Pode mandar fazer a tapioca.
— Tá bem. Mas pode deixar, eu vou falar com os donos, para resolverem essas coisas que estão erradas… Não pode ser assim.
— É.
— Tá errado.
— (arrut)

Sim, o cliente acabou soltando um arroto que todo lugar ouviu. Claro que nem se desculpou.

 

Arte ou Mesmice?

image14[1]

Com frequência, reclamo. Vejo outras pessoas reclamando também quando artistas cultuados, dos quais são fãs, lançam um trabalho medíocre — “não consegue mais ser como era antes”; “os primeiros discos é que eram bons!” Tenho certeza que isso atormenta também o mercado fonográfico, pois os lançamentos nem sempre correspondem às expectavas dos fãs. As bandas ficam tentando ser parecidas com o que foram, mas sem ser iguais; inovadoras, mas sem sair do lugar. Tudo para não fugir à marca que criaram e ao público que cativaram. Mas é aí que começam os problemas.

Quem, senão a arte, tem o papel de justamente quebrar as expectativas? No momento em que a expectativa tem forma, cor, timbre, postura e discurso pré-estabelecidos, a arte deixa de existir e assume o marketing tão somente. E o marketing burro, restrito, sem alcance. Pois se fosse inteligente apostaria em sua reinvenção.

O baterista do Motörhead falou sobre a dificuldade de compor atualmente: “Nós temos um enquadramento bem estreito para trabalhar e compor novas canções que soem como as antigas, mas que sejam novas. Isso é muito, muito difícil. Fica como se você já tivesse ouvido aquilo antes e você, provavelmente, já ouviu. Sabe quando você adiciona cor em uma imagem em preto e branco e ela ainda permanece preto e branca? É muito difícil”.

A demanda criada precisa ser preenchida exatamente como exige? Claro que não. Um artista pode evoluir, ter novas vontades, desafios, necessidades de expressão. Os discos que mais cultuo são aqueles que quebraram fórmulas anteriores. A mesmice cansa. Se é para ficar na mesma, prefiro o original. Aliás, “fórmula” é um conceito que me desagrada profundamente.

Mas é necessário talento para se reinventar. Minha banda preferida tem uns 10 discos, gosto só de quatro. É a vida. A ideia é: conheça coisas novas e pare de cobrar que os artistas de sempre estejam à disposição para saciar seus desejos doentios por mesmice.

A propósito: o que você achou do novo disco do Pink Floyd?

Comparação Entre Leica D-Lux4 e Sony RX1R

packshotALERTA: o artigo a seguir é uma insanidade se visto exclusivamente pelo aspecto técnico. É como comparar uma lambreta com uma Harley Davidson. Só faz sentido pelo lado emocional. Releve.

Adoro fotografia. Mas também tenho a seguinte opinião: quando o desconforto de transportar o equipamento é maior do que o prazer de fotografar, algo está errado. Por isso, nunca tive câmeras SLR, lentes, mochilas, tripés etc. Eu fotografo em viagens, em casa, em passeios em geral, por isso faço questão de ter uma boa câmera compacta, com o máximo da qualidade possível e com possibilidade de controle 100% manual. Já Tive uma Leica Digilux 1 e uma Leica D-Lux 4. São máquinas com a excelência óptica desta famosa marca alemã e com eletrônica da Panasonic. Ambas possuem também equivalentes tecnicamente idênticas sob a marca Panasonic Lumix (a exceção do design). Porém, sempre deixaram a desejar no quesito ruído com pouca luminosidade. Com o lançamento da Sony RX1 — a única full-frame compacta do mundo até agora — minha ansiedade começou a incomodar. Eu teria que trocar as lentes Leica pelas Carl Zeiss, além do design que sempre fui apaixonado. Ostentar a marca Sony ao invés do charmoso distintivo vermelhinho da Leica também me dava certo desconforto. Mas, convenhamos, vaidade não imprime no resultado final das fotos. Decidi, então, investir como nunca em um equipamento fotográfico. Em maio comprei a Sony Cybershot RX1R (aperfeiçoamento da RX1, sem filtro lo-pass). Confesso que o nome “Cybershot” me dá calafrios.

Sempre quando se troca de câmera, há um período de adaptação, com os controles, funções etc. No meu caso, isso não é o principal problema. O que mais está pegando até agora é a diferença das distâncias focais (“lentes”, para ser mais direto). A da D-Lux 4 é equivalente à 24mm. A da RX1R é 35mm. É bem estranho, depois que se acostuma com a versatilidade da 24mm ter seu quadro reduzido. Por esse motivo, comecei a desconfiar que minhas novas imagens não estavam melhores que as antigas. Cheguei a imaginar até que a superioridade óptica da Leica comparada com a Carl Zeiss era tamanha, que compensaria a diferença do tamanho do sensor. Só que é bem difícil acreditar nisso. Em primeiro lugar as lentes Leica podem até ser melhores que as Carl (isso é bem subjetivo), mas não seriam tanto a esse ponto. Em segundo, um sensor (CMOS) full-frame 36mm x 24mm (como o da RX1R) é 18 vezes maior do que um 7,85 x 5,89mm (como o da D-Lux4). Traduzindo: covardia total.

Eu decidi tirar a prova e fazer testes práticos comparativos. Fui a campo com as duas câmeras e tentei fazer fotos mais parecidas possíveis. As diferenças dos sensores e distâncias focais, tentei compensar com o zoom e diafragma. Assim a profundidade de campo e enquadramento poderiam ficar mais equivalentes nas fotos. Não tive 100% de sucesso, mesmo assim, ainda são válidas e gritantes as comparações.

As imagens foram feitas na resolução máxima das duas 24MP da Sony e 10MP da Leica. Sendo assim, precisei ressamplear os 6000px de largura da Sony para os 3648px da Leica. Então, criei um arquivo full-HD (como a maioria dos monitores) onde coloquei cropando as imagens para que ficassem em 100% de ampliação (ou seja, pixel a pixel) para ter uma comparação máxima, sem mexer no tamanho dos pixels.

Creio que é desnecessário concluir qualquer coisa, as imagens abaixo falam por si. A única coisa que posso dizer é: mesmo a Sony se saindo melhor, o que as lentes Leica conseguem com um sensor daquele tamanho, é quase um milagre. Um dia ainda terei um Leica full-frame compacta. Quando ganhar na Loteria.

(Para melhor comparação, clique a seguir nas imagens reduzidas para abrir em tamanho full-HD e salvar em sem computador.)

casinha

 

mesa

Laranjal1

laranjal2

Uma Experiência Sonora a um Preço Aceitável

marshall-headphones-xl[1]Não podem ser bons. ‘Marshall’ é amplificador de guitarra! Esses fones de ouvido devem ser fabricados por outra empresa que paga royalties pelo uso. Por outro lado, uma marca tão consagrada não permitiria fazerem merda com seu nome.” Fiquei matutando enquanto via muitas pessoas usarem fones de ouvido externos (daqueles grandes) no metrô. É tipo uma febre. Todas as cores, todos os modelos. Usavam dos mais convencionais — Philips, Sony etc. — passando pelos médios — Marshall, Beats Dr Dre — até os mais caros e profissionais — Sennheiser, AKG, Bose… Sempre achei exagero usar esses fones na rua, tanto pelo tamanho como pela pouca praticidade. Só que de tanto ver, fiquei influenciado a testar em uma loja de departamentos.

Lá estavam cerca de 20 modelos, dos mais baratos ao médios, enfileirados para audição. Bastava plugar seu mp3-player, degustar cada experiência e decidir qual comprar. Coloquei o disco que eu mais gosto e comecei pelo mais caro, um Beats Dr. Dre de €399. Trinta segundos foram suficientes para não me empolgar muito. Definitivamente, não era o disco que eu conhecia. Graves exagerados e inexistentes, frequências inventadas e outras reduzidas sem critério. Sim, o mais chinfroso de todos era uma fraude. Só design e ostentação. Fui para o segundo mais caro: outro Beats Dr. Dre, agora de €199. Mesma coisa. Também, não poderia ser melhor do que o mais caro. Só que o terceiro era o tal Marshall Major Black, que aguçava minha curiosidade no metrô. Custava €100. E adivinha. A música veio, como nunca! Todas as frequências perfeitamente balanceadas, sem excessos. Tudo no lugar onde deveria estar mas, ao mesmo tempo, surpreendendo. A música que conhecia há mais de 10 anos, veio em uma experiência nova, muito mais perfeita. Nada se perdeu. Nada foi estupidamente amplificado para causar o efeito artificial do grave absurdo. Veio um grave lindo, um médio robusto, um agudo sublime. Som puro. É claro que comprei.

Fiquei tão empolgado que, ao chegar no apartamento, escutei todos os álbuns que havia levado comigo, sedento por novas descobertas, ansioso para saber como eles soariam agora. Tinha a certeza de experimentar, pela primeira vez uma sonoridade muito mais próxima ao que o produtor e artista do disco desejaram que fosse escutada. O isolamento externo também era excelente. Fiz todos que estavam comigo escutarem também, tamanha a alegria da descoberta. Em minhas incursões de gravações musicais caseiras, ele se mostrou muito mais fiel do que um Sony que se diz “monitor de estúdio” que tenho. Os erros são mínimos quando estou mixando com ele.

Marshall-Monitor-Headphones-2[1]O único senão é o tamanho das almofadas. São pequenas e quadradas. Pegam minhas orelhas no meio. O que, em conjunto com as hastes dos óculos, causam certo desconforto. Mas nada que um reposicionamento e uma massageada nas cartilagens auriculares não resolvam. Mas a Marshall lançou um modelo novo (foto ao lado), chamado Monitor Black, com as conchas maiores, cobrindo toda a orelha. Devem resolver a questão. Estou louco para experimentar.

Estava há meses para fazer esse review. Foi agora, na correria. Isso aconteceu em outubro de 2012.

Assim Como São as Pizzas São as Criaturas

Não pretendo agredir ninguém, mas preciso escrever.

Tenho uma missão: achar a pizza perfeita. Falando assim, até parece que sou expert no assunto; que não suporto comer nada fora da certificação da AVPN. Não sou tão chato assim. Só um pouco. Pra mim, algo que se chame “pizza” precisa de certas características, ou não passa de pão com cobertura. E não trata-se de pseudogourmetismo, mas do significado das palavras. Por exemplo, você sabe o que é “picolé”, né? Se servirem sorvete querendo se passar por picolé, você vai dizer: “Ei, isso não é picolé!” Simples. Note que não estou (ainda) estipulando valores, apenas conceitos.

Pois fui com minhas filhas ao Shopping Pelotas e vi que, ao lado do Chu (que tem a melhor pizza de Pelotas, disparado), abriu uma “trattoria/pizzaria”. Não citarei o nome do lugar porque não tenho interesse que cheguem aqui ao buscarem por ele; apenas que os frequentadores do blog leiam. Não quero magoar ninguém. :)

Seguindo minha missão, resolvi experimentar a novidade — vai que…

Já pela foto no estabelecimento baixei minha expectativa a quase zero: uma massa alta e porosa. Realmente, não fui surpreendido pelo prato. Era justamente a pizza-bastantão-praça-de-alimentação de sempre. A massa era tão ruim, mas tão ruim, que nem se percebia que existia. Estava embebida naquele exagero de catupiry (duvido que tenha alguma característica de queijo, me lembra mais farinha), formando um corpo único, e se dissolvia ao colocar na boca, molenga. Estava com medo que a quantidade não fosse suficiente para nós, mas sobrou. Sem querer influenciar a resposta, perguntei:

— Gostaram?
— Ã… Não.
— Por que não, Alice?
— Essa massa…
— E tu Malu?
— Também não. Tô com dor de barriga.

Mas a motivação deste post foi mesmo a família sentada na mesa ao lado. Pai, mãe e filha (cerca de 15 anos) também haviam comprado uma pizza do mesmo lugar. Degustavam-na em conjunto com uma porção de batata frita, cachorrinho-quente e alguma outra fritura não identificada. Elas comentavam:

— Hmm, filha. Que delícia esta massa; bem leve.
— Acho que é a melhor pizza que já comi.

A menina abre a mão e agarra um punhado de batatas fritas e joga no prato.

— Ai, filha! Que falta de educação.
— (mastigando)
— Como eu queria que tu fosse educada.

Ainda bem que as pessoas são diferentes, mas sempre me surpreendo com o quanto. O cidadão que decidiu abrir a franquia, provavelmente está muito mais certo do que eu quando escolheu as características do negócio. Tem muito mais gente do tipo que quer encher a barriga com algo que não precise mastigar, cheio de uma pasta melequenta parecida com queijo, do que do meu tipo, metido a besta. “Cada um com seu cada-um”, como diria minha tia.

Danos Morais Contra à CEEE

Ano passado publiquei este artigo, sobre uma acusação da CEEE de que eu estava furtando energia elétrica. Fiz minha defesa e perdi. Entrei no Juizado Especial Cível e ganhei. Devido ao estresse causado a mim, a terem me colocado indevidamente no SPC e a todo o trabalho que tive que passar para provar minha inocência, resolvi acioná-los por danos morais. A sentença saiu ontem. Venci e serei indenizado. Segundo meu advogado (meu cunhado), as chances de um possível recurso deles ser atendido é mínima, pelo histórico desses tipos de causas.

Foi pelo mesmo motivo que publiquei o artigo anterior, que publico este. Que todos tenham em mente seus direitos, não só de cidadãos como de consumidores.