Restaurantes de Palmas – Pizzaria Dom Vergílio

Estou de férias. Estou em Palmas, Tocantins. Pra quem não sabe, é uma cidade planejada, com menos de 20 anos de fundação, e que está em franco crescimento. É capital do estado e atrai imigrantes de todo o Brasil. Mais de 50% é maranhense. Chamam de “gaúcho” qualquer um que venha de São Paulo pra baixo.

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Dom Vergílio é uma pizzaria grande, cujo dono é gaúcho. Ele fez questão de trazer toda mão-de-obra do Sul. Aliás, material humano de qualidade é o que há de mais escasso por aqui. Quem faz meia-boca é dono do pedaço. Quem faz direitinho, enriquece. Já é minha terceira vez na Dom Vergílio. Voltei porque gostei. O local é feito para faturar alto, com giro rápido de clientes. Creio que atenda, simultaneamente, a umas 150 pessoas. A organização do atendimento é exemplar, dividida em recepcionistas, tiradores de pedidos, garçons que trazem as pizzas e outros as bebidas. Nossa solicitação é anotada em um PDA e, antes mesmo de finalizada, as bebidas já estão chegando. Informatização que reduz falhas, agiliza o processo e faz as eventuais filas na porta andarem rápido. Há de se faturar.

As pizzas são muito boas, tirando algumas atrocidades do vasto cardápio, como a de strogonoff, coberta de batata palha. Tem quem peça. Os ingredientes são de ótima qualidade. O sabor 6 Queijos traz realmente 6 tipos dos bons, nem precisava tanto; poderiam, ser só 4. A massa é deliciosa e fina, mas dá pra reduzir. Raro, os tomates secos são fartos. Os tamanhos oferecidos são “médio”, “grande” e “big”. Não me pergunte qual a diferença entre o “grande” e o “big”. Talvez o “big” venha com catchup. Não deveria ser “bigger”, ou simplesmente “maior”, “súper”, “família”?. Acho que é para não oferecerem um tamanho “pequeno”. O dono deve ter lido algum livrinho do Sebrae.

Chamei o o tirador de pedidos (o cara com o PDA) e perguntei que sucos tinham. “Todos, menos de maracujá.” “Uau! Como assim ‘todos’?” Secamente, “todos”. Perguntei, “inclusive de uva?”.

Lembrei-me de um episódio engraçado. Certa vez, em Recife, em um daqueles resorts 5 estrelas – não sei como fui parar lá e não tenho a mínima previsão de regressar – perguntei sobre sucos. A resposta foi a mesma, “todos”. Pedi um de uva. O garçom todo atencioso e desapontado, começou a balançar a cabeça lenta e negativamente. Desistiu no meio e decidiu resolver meu problema: “podemos providenciar para o senhor”. “Natural?”, perguntei. “Sem dúvida”. Me senti um rei, até chegar o copo. Colocaram os cachos no liquidificador e serviram uma gosma verde, com fragmento de sementes e galhos. Eu deveria imaginar que um suco de uva improvisado não seria feito do modo lento e tradicional, fervendo a fruta, filtrando com um pano, etc. Palmas não é no Nordeste, mas visualizei que com tantas frutas diferentes, uva deveria ser pouco popular também por aqui, na região Norte. Engano.

“Uva?”, já anotando meu desejo. “Não, obrigado. Era só para testar. Traz um de limão mesmo. Sem açúcar.” “Limonada tradicional ou suiça?”. Mas, ah! O cara tava falando sério mesmo quando disse “todos”. Depois de servido, resolvi tirar a prova derradeira: “amigo, tem de carambola?” “Só um minuto que vou verificar, senhor.” Não voltou mais. Achei um cardápio para confeerir. Não tinha. Ah, também não são tantos assim. São só 23 naturais.

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