Festejar exatamente o quê?

Todos temos o direito de ter nossas crenças, estudá-las e disseminá-las, desde que essas não subjuguem ninguém.

Em 64, as crenças de alguns, seu estudo e disseminação (não importa se você discorda delas ou não) foram tidas como perigosas ao País. Então, usando isso como justificativa, aqueles que possuíam força militar apareceram em um ”acordo” com o governo para “proteger” a nação “pobre e indefesa”. Mesma justificativa que o nazismo utilizou duas décadas e meia antes. Alguns falam que as barbáries cometidas pós-AI5 foram para defender o país do comunismo. E batem palmas. Em meu parco conhecimento de história, não tenho informação de algum ato de violência desses ativistas de esquerda antes de 64. Mesmo depois de 68, quando centenas de mortes, desaparecimentos e torturas aconteceram por conta do Governo, não tenho conhecimento de mortes geradas por ações “terroristas” desses ativistas.

O fato é que acabou tudo na mão do Sarney.

Então, me pergunto, qual era o risco real que a nação corria que justificasse a entrada dos militares e uma ação tão violenta e inescrupulosa. A URSS estava enviando tropas? Cuba estava prestes a se infiltrar? Ou era apenas o medo que essas pessoas de esquerda convencessem mais pessoas a pensar como elas? Não é isso que fazemos diariamente aqui no Facebook? Não estamos colocando nossas ideias para que outros reflitam, concordem ou discordem? Sendo assim, os militares devem intervir no Facebook?

As Forças Armadas existem para defender os interesses da nação que, em uma democracia, são sempre os da maioria. Mas “defender” quando há iminente perigo que deva ser combatido com força bruta, não impor seu poder bélico para reprimir uma ideia.

Sou contra qualquer tipo de violência. Mas ainda mais àquelas que são ação e não reação.

Estamos, a todo momento, sendo julgados se somos de esquerda ou de direita. E você está fazendo isso comigo neste momento. Enquanto o nível de discussão e entendimento for este, cheio de preconceitos, ninguém vai escutar o que o outro tem pra dizer.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.