Vasculhando minhas pastas no micro, achei a “CD Chain 2”. Temos um grupo de discussão de remanescentes do UNS ROCK e fizemos duas correntes de CDs, onde um personalizava um CD para outro. Tipo um amigo-secreto, só que de CDs. Na segunda edição, tirei a Gabi e fiz um CD com músicas que eram importantes para mim nos anos 80, principalmente (e são, ainda, por que não?). Tinha direita à capinha e comentário. Resolvi colar aqui, antes que eu perca :)

Cuscutlan – Frente! / Marvin The Álbum (1994)
Comprei o disco por causa (claro) do cover da Bizzare Love Triangle e, para minha surpresa, as demais músicas eram muito melhor do que isso. A banda australiana acabou. Depois Angie Hart (se não me engano o nome) fez um duo com um cara, que chamou-se Splendid. É legal, mas não tão original. A gente tocava isso na época que a Doidivanas era uma banda cover. Frente! Reforçou meu gosto por mulheres vocalistas com vozes angelicais.

Kid Abelha – Uniformes / Educação Sentimental (1985)
Da fase quando o Kid Abelha tinha o Leoni. Uma vez, fizemos uma banda com quem tinha na aula e tocamos essa música em 91 (eu acho), em uma apresentação dentro da disciplina de português. Tá, não vou explicar tudo que é muito longo.

Brasília – Plebe Rude / O Concreto Já Rachou (1985)
Na minha fase punk, Plebe Rude era o mais pop dos chamados “punks”. Hoje, a gente vê que de punk não tem nada (só o discurso, mas muito mais bem elaborado do que as demais bandas que eu escutava – Cólera, Grinders, Garotos Podres, Olho Seco, Vírus 27, Tropa Suicida …). Além dessa música ser boa, o que mais eu gosto é que tenho a impressão que eles fizeram a harmonia de base primeiro e cada um dos vocalistas levou para casa e vez sua melodia. Aí, cada um encaixou a sua e cantaram juntos. Acho demais.

Mobral – Casseta & Planeta / Preto com Um Buraco no Meio (1989)
Este disco é muito bom. Muito especial. Não era, como agora são os lançamentos deles, um caça-níqueis. Foi muito bem feito, tocado só por feras como Egberto Gismonte, Léo Gandelman, etc. O talento musical desse disco fica por conte de Mu Chebabi (membro escondido do grupo), que compôs as músicas e canta algumas, por exemplo, esta. A melhor fase do Casseta & Planeta. A gravação é ruim, pois é de vinil e feita sem equipamento bom.

Private Investigations – Dire Straits / Love Over Gold (1982)
Com a coletânea Money for Nothing eu comecei a sair do punk e perceber que música era muito mais do que eu achava que era. Na guitarra de Mark Knopfler, descobri o lado da emoção; descobri que uma melodia bem colocada, uma nota precisa, poderia levar a gente para um lado que eu nunca tinha ido. Foi nessa onda que eu comecei a ouvir o The Wall. Hoje, Dire Straits me parece um pouco simplório e o Mark Knopfler nunca mais fez nada que prestasse, apesar de eu comprar vários discos solo dele e ser capaz de comprar até hoje.

A Revolta dos Dândis 2 – Engenheiros do Hawaii / A Revolta dos Dândis (1987)
Claro. Óbvio. Quem não ouviu Engenheiros? Esse disco é o melhor até hoje. Nos seguintes eles começaram a se achar muito músicos e começaram a fazer pouca música. Este ainda é bastante sincero.

Acrilic on Canvas – Legião Urbana / Dois (1986)
Hoje eu tenho um baita preconceito contra a Legião. Mas depois de Blitz e RPM, este disco deles foi, junto com o primeiro dos Engenheiros, um dos meus primeiros discos de rock (fitas, diga-se de passagem). Essa foi uma das poucas músicas que não tocaram muito desse disco. Eu gosto dela.

A Vida Não Presta – Léo Jaime / Sessão da Tarde (1985)
Eu não era fã do Léo Jaime, mas não havia como não ouvir, pois tocava em todos os lugares. Tenho que confessar que hoje ele seria um dos meus ídolos. É uma espécie de Frank Jorge, só que mais talentoso. E mais pop também.

Underwater Love – Faith No More / The Real Thing (1989)
Eu conheci Faith No More antes do Rock in Rio que eles vieram; antes de ter clipe na MTV. Aliás, só assistia MTV quem tivesse antena parabólica. Eu não tinha. Essa foi uma daquelas fitas que um grava pro outro, que grava pro outro… Nem sei qual foi a fonte original. Acho que foi o Schaun ou o Abelha. Grande banda. Pena que acabou. Hoje fico pensando se Faith no More não equivaleria a asneiras atuais como Linkin Park e demais bandas de new metal totalmente montadas.

Jokerman – Caetano Veloso / Circulado Vivo (1992)
Não sou fã fervoroso do Caetano, mas gosto dele. Não tenho muitos discos e nem acompanho sua carreira, mas este, ao vivo, eu curti muito. Devemos admitir que o cara é muito talentoso. Uma vez, eu ouvi ele dizendo que não se considerava um músico; ele era um cineasta. Só que cinema ele não conseguiu fazer, mas música sim. Eu entendo em parte. Comparando ele com o Gil, ele é mais “artista” e o Gil mais “músico”. Ou seja, Caetano tem a visão global e poderia fazer qualquer tipo de arte, Gil tem o dom musical. Por isso que eu gosto mais do Caetano.

Tag Team Partners – Living Colour / Time´s Up (1990)
Escutar Living Colour hoje é difícil. Apesar de ter sido importantíssimo pra mim, fica meio vago demais e as coisas parecem meio sem sentido. É meio como o Faith No More, mas pior. Por isso, escolhi uma vinheta ao invés de uma música. Eu sempre gostei dela e já a usei para diversos fundos musicais em várias oportunidades.

Os Metaleiros Também Amam – Língua de Trapo / Festival dos Festivais (1985)
Quem diria que em 1985 já tinha gente fazendo metal-brega? Se prestar bem atenção, até meio milonga é. Eu tinha uma fita do Festival dos Festivais e, é claro, gostava, entre outras,  também da Condor de Oswaldo Montenegro (mas essa eu não faria o desfavor de colocar na seleção). Óbvio que perdi a fita, por isso eu ia colocar uma versão de um disco ao vivo do Língua de Trapo, mas não é tão legal (apesar de ser totalmente Massacration). Portanto, achei essa na Internet, em qualidade muito da duvidosa… Mas, pensando bem, deve ser da mesma qualidade que a minha fita tinha.

Músico – Os Paralamas do Sucesso / Severino (1997)
Com letra do Tom Zé e música de Bi Ribeiro e Herbert Vianna (quase nunca Bi compõe), esta nem é tão velha assim, mas escolhi por representar os Paralamas e um dos álbuns que mais gosto deles (por que será que os melhores álbuns são os que vendem menos?).

Nobody Home – Pink Floyd / The Wall (1979)
Eu fui ver o filme The Wall em uma reprise no Tabajara com um amigo meu que gostava (lá por 87, eu acho). Nunca tinha parado para escutar Pink Floyd e talvez nem estivesse preparado para isso. Me marcou muito e virou meu álbum de “cabeceira” por muito tempo.

O Drama de Angélica – Tangos & Tragédias (1988)
Antes mesmo de eu ir ver o espetáculo, o Martins tinha este vinil que eu gravei e ouvia direto. Depois vi mais de 4 vezes. Agora está cada vez mais ficando chato de assistir (também, pudera). Acho até que esta música eles tiraram do repertório para colocar coisas novas (não tenho certeza). Gosto das rimas proparoxítonas.

Here Today, Gone Tomorrow – Ramones / Rocket to Russia (1979)
Preciso falar alguma coisa de Ramones?

Pretty Little Ditty – Red Hot Chili Peppers / Mothers Milk (1989)
Na onda do funk metal, na qual era impossível não se envolver, os Chili Peppers eram os percussores. Este, depois do Blood Sugar, é o disco deles que mais gosto e esta, uma música um pouco atípica deles, que acho que abriu novas possibilidades para o referido álbum seguinte.

O Beijo da Aranha – Blitz / As Aventuras da Blitz (1982)
O primeiro disco de rock que eu tive foi o single da Você Não Soube Me Amar, que de um lado tinha o hit e do outro o Evandro Mesquita gritando “nada, nada, nada, nada”. Depois ganhei da mãe a fita do álbum inteiro. Eu tinha 8 anos. Em circunstâncias normais, talvez eu colocasse aqui a faixa “O Romance da Universitária Otária”, mas como eu já a coloquei no meu CD-convite de casamento, escolhi outra que a Gabi ainda não conhece (eu acho).

Fallin’ – Teenage Fanclub & De La Soul / Judgment Night (1993)
Trilha sonora original do filme. Toda feita com encontros de bandas. Como eu poderia deixar de ter um disco com Faith No More, Living Colour, Pearl Jam, entre outras, fazendo parcerias inéditas? Teenage eu nem ouvia na época, mas a música é legal e se justifica hoje.

Wrapped Around Your Finger – The Police / Every Breath You Take: The Singles (1986)
A música, na verdade, é do Synchronicity (83). Mas eu gostava mesmo era da coletânea, onde todas eram do caralho. Melhor do que Police, só mesmo os 3 discos da fase do Sting entre Soul Cages e Mercury Falling, incluindo o Ten Summoner´s Tales. O resto da carreira solo é deprimente.

Pavimentação – Titãs / Go Back (1988)
Não. Titãs não poderia ficar de fora. Esta música foi gravada originalmente no disco Televisão, onde os Titãs ainda estavam naquela de iê-iê-iê. Mas esta versão é matadora. Gravada na Suíça, no Festival de Montreaux. A gente tocava isso na Miss Troupe e, talvez na Doidivanas, não lembro. Era muito massa.

2 comentários em “”

  1. Cara, que massa esse CD. Tem muita coisa que eu ouvia demais na época e que não lembrava mais. Os Metaleiros Também Amam! “Preto Com Um Buraco No Meio” – o disco quase todo! O Drama De Angélica! E a várias outras da peça. “Pá-pá-pá pavimentação! Pavimenta, menta, mentalização!” E tantas que ainda ouço e ainda adoro. Como FNM e Private Investigations que são muito boas!!! Parabéns, pelas seleção e pela capa! Abraço.

  2. “Os metaleiros também amam”!!! PQP, eu lembro dessa música. Eu lembro da apresentação deles no festival dos Festivais! A memória é uma coisa muito bizarra…

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