7 Comentados

Algumas semanas atrás eu publiquei a lista de discos que foram importantes em determinada fase da minha vida. Note que eu farei em setembro 32 anos, então a lista foi grande. Porém, fiz um grande esforço e escolhi 7 deles (foi dificil fazer isso) que representaram um pouco mais. Como, depois desse meu post, as pessoas se sentiram inspiradas a comentar de seus discos preferidos em seus blogs, me senti inspirado a escrever um pouco sobre esses 7 também – em ordem cronológica.


Kleiton & Kledir
Eu nem sabia o que era música. Mal sabia ler. Aprendi a ler em 1981 e o disco é desse ano. Mas, provavelmente, eu tenha começado a escutar ele em 1982. Quem tinha era a minha tia Beth. Íamos na casa dela e eu sempre colova esse disco para escutar e ficava lendo o encarte. 1982 foi um ano muito marcante para mim. Com 7 anos, acho que foi um dos anos que eu uso como marco temporal para relacionar as coisas. Talvez por eu estar começando a me entender como gente, talvez pela Copa do Mundo (a primeira de que me lembro) com a melhor Seleção Brasileira de todos os tempos. Bom, voltando ao disco, ele me cativou. Alguma irmã da dupla Ramil morava em frente à casa dessa minha tia e isso talvez tenha criado uma aura de fascinação a mais. Em alguns Natais ele apareciam por ali. Acho que tudo isso contribuiu. O fato é que as músicas são boas, o talento deles estava no ápice e eu não me cansei do álbum até hoje.


Blitz – As Aventuras da Blitz
Minha mãe me comprou (sei lá por quê – talvez porque eu tenha pedido, não lembro) o single em vinil de “Você Não Soube me Amar”. Tinha uma capa rosa com a letra atrás. De um lado tinha a música e do outro, tinha apenas Evandro Mesquita dizendo “Nada, nada, nada, nada…”. Depois disso, ganhei a fita do álbum completo. Considero-o como meu primeiro álbum de rock. Era genial e continua sendo pra mim. Não sei se pessoas mais novas teriam o mesmo entusiasmo que eu ainda tenho hoje quando escuto. Era extremamente criativo para a época. Duas músicas foram censuradas no lançamento e, no vinil, as duas últimas faixas do lado B estava riscadas; na fita o som era indecifrável. Depois, quando comprei o CD descobri que as tão misteriosas faixas eram as piores do disco e só fariam reduzir o impacto do lançamento se ali estivessem integralmente. Se não foi, funcionou como uma bela jogada de marketing.


Replicantes – Histórias de Sexo e Violência
Quando a música começou a ser relamente importante para mim, punk era só o que eu ouvia. Até porque, quem ouvia punk não podia ouvir nada mais. Essa era a lei. Este disco não foi o primeiro punk e nem o primeiro dos Replicantes a que fui apresentado, mas é um puta disco; daqueles perfeitos, em que nenhuma música é ruim. Na verdade, ele escapava por algumas vezes dos limites estabelecidos pelo punk. As letras eram mais livres, os climas invadiam outras praias. Mas não deixava de ser tosco, apesar de ser uma evolução de-água-para-vinho com relação ao anterior – “o Futuro é Vortex”.


Dire Straits – Money For Nothing
Quando eu parei de ouvir punk foi por culpa do Dire Straits. Imagina: eu vinha de um lance visceral e sem coração e me deparei com a música “Brother in Arms”. De repente, eu achei que eu tinha perdido alguns anos da minha vida e a música tomou uma dimensão diferente. Comecei com esta coletânea e depois fui descobrindo os outros discos deles. Mas nenhum era todo bom do começo ao fim, por isso este é o único caso de coletânea na minha história musical. Hoje, tirando alguma música ou outra, Dire Straits não me entra, mas teve sua época e importância.


Cafe Tacuba – Re
Ouvíamos isso no começo da agência. Todo dia, junto com Soda Stereo e Enanitos Verdes. A Gigi tinha os discos, provavelmente por influência do Jefferson e, eu, por influência dos dois :). Cada vez que escuto aqueles compassos mexicanos misturados com outros elementos me empolga muito. Tudo isso aliado a uma beleza melódica incrível e letras sensacionais. É um disco para sempre.


Weezer – Pinketon
O “Blue” já tinha me conquistado. Comprei, então, o tão esperado segundo disco do Weezer. À primeira audição, me pareceu muito barulhento, agressivo. Eu tive certa aversão e levei cerca de um mês para escutá-lo umas 4 (poucas) vezes. De repente aquilo tudo começou a fazer sentido. As letras e as melodias começaram a saltar pra frente e a barulheira compunha com elas um antagonismo mágico, que depois não era mais tão antagônico assim, passando para uma homogeneidade total. Eu tenho pena, pena mesmo, de quem não gosta de Weezer; de quem não gosta de Pinkerton. Eles não sentem o que eu sinto e o que eu sinto é sensacional!


Los Heramanos – Bloco do Eu Sozinho
Este foi o último grande disco da minha vida, até então. É o segundo deles. É o auge. Depois veio “Ventura”, com ótimas músicas também. Só que eles começaram a se achar compositores demais e vestiram a fantasia da MPB em “4”. Eu gosto mais do “Bloco…” porque tem rock e acho o rock o território perfeito para o desenrolar da arte, pois permite a pluralidade de estilos e sentimentos.

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