Curitiba Rock Festival (parte 2)

O lugar é pequeno. Um pouco maior do que o Teatro Avenida, palco dos shows da minha adolescência. Não reconheço a banda que está se apresentando. A maioria do pessoal está na rua. Olho para cima e vejo dois níveis de mezanino circundando a platéia. Muito parecido com a antiga casa de shows que me referi (mas que só tinha um nível). Vou subir para checar. Escolho o lado direito. O primeiro andar parece uma ala VIP; tem segurança na entrada, baldes de champagne e sofás pretos espalhados. É ali que está a equipe da MTV.

Vejo um escadinha que leva ao segundo patamar – vou por aqui – o acesso estava livre; ninguém me abordou. Duas ou três pessoas só. Que maravilha! Me dei! Lembrei imediatamente de um dos melhores shows que já vi, no Avenida, no mesmo ângulo de visão: Titãs, Õ Blesq Blom. Só que agora, até cadeira tem. Vou me sentar e esperar  o show principal.

Confiro o programa para identificar pelas fotos qual é a banda que está tocando. Três mulheres e um cara… Só pode ser essa tal de Biônica. Como é que uma banda pode se autocontentar com tão pouco? Horrível. “Horrorível”, como diria o Fofão. O público inerte; nem aplaudem. Sem dúvida, ninguém veio aqui pra ver este troço. A vocalista tenta parecer com o David Bowie. Que bom que acabou.

A mudança de palco é rápida e entra (deixa eu conferir no programa… Não tem foto, mas, pela ordem, esta deve ser…) a Cidadão Instigado. E realmene é, pois diz que eles são do Ceará e, para minha grata surpresa, fazem um som psicodélico, nordestino e experimental, com grande criatividade, competência e boas composições. A banda toda manda muito bem e o baterista parece o sósia do Marcos Mignon que aprece no Covernation (enfim, parece com Marcos Mignon, é claro).

Pela ordem, a próxima, e última atração antes do Weezer, será Acabou La Tequila. Sempre ouvi falar deles mas nunca ouvi o som. Achei que era algo mais swingado com metais, mas acabo descobrindo que sempre confundi o nome deles com o do Funk Como Le Gusta (espanhol, sabe como é, tudo a mesma coisa – eheheh). O baixista é aquele que saiu da formação original do Los Hermanos (aliás, alguém, algum dia, soube por quê?). A banda toca com três guitarristas (nunca confie em uma banda que precisa de três guitarristas – tocar assim significa mais uma preferência pelo embolamento sonoro do que propriamente um benefício de nuanças harmonicas ou melódicas). De fato, acho que o terceiro tá ali por amizade. Essa sim seria uma boa justificativa. O cara é dos Autoramas e antigo Little Quail. Não me pergunte o nome que esqueci. Não creio que seja ingrediente também dessa marguerita sem tequila, sem sal e azeda. Ah! O guitarrista da esquerda é o Kassin, que consta nos créditos como produtor dos últimos álbuns do Los Hermanos. No DVD dos barbudos, ele aprece durante as gravações sem fazer absolutamente nada. Convenhamos: quem ousaria produzir quem sabe exatamente o que está fazendo? Tá bem, tá bem, não conheço o cara suficiente para falar mais nada contundete. Quem sabe o cara também não tem uma amizade muito grande com todo mundo; é o melhor amigo do mundo… ? Vai saber. O que eu sei é que Bloco do Eu Sozinho e Ventura têm falhas de mixagem que não passariam pelos ouvidos atentos, por exemplo, do Osório. :) De repente, o vocalista grita: “este é o nosso hit”. A música é totalmene desconhecida pra mim. Olha lá! Tem um cara na platéia cantando!

9 comentários em “Curitiba Rock Festival (parte 2)”

  1. Bá, Cuca! A narrativa tá tudo a ver contigo. E o lance de buscar o melhor lugar… perfeito! Quero ver o desfecho da história. Será que teremos regozijos de prazer (quando tocar a Weezer)? Tchan, tchan, tchararan….! Baita, dMart.

  2. bah, cuca. na boa, o kassin é um baita produtor. se ele fosse tão “espectador” assim, ele não teria produzido os 3 discos. não diminui assim a importância dele, o cara é excelente. sem contar que é um baixista de primeira. só ouvir os baixos que ele gravou no Bloco e no Ventura. e eu acho a mixagem do Ventura excelente. tudo bem que tu tava a fim e que eles saíssem logo do palco pra entrar o weezer, mas peraí, né ;)

  3. Sobre o Kassin, como eu disse, talvez estivesse falando demais. Sobre a mixagem do Ventura, tem até metrônomo vazando em uma faixa, além dos subgraves estarem exagerados. Sobre as guitarras, pena que tu não tava lá pra ouvir, mas 3 guitarras fazendo a mesma coisa é de foder.

  4. heheh. Eu achei a biônica a banda mais massa e divertida que tocou, junto com a tal da “Rádio de Outono”, que tocou até a HappyTreeFriends. Achei totalmente deslocado os hippoes nordestinos tocando som psicodélico. Eu gosto de som psicodélico e tal, mas achei totalmente fora do contexto, ali era lugar pra bandas rápidas, nerds e divertidas, não virtuosas (na minha opinião)… Só faltou “tocar raul”.. hehehe

  5. Eu não dei muita risada com a Biônica, não. :) Eu não gosto de som psicodélico, mas achei os caras competentes, só isso. Diferente das outras duas que mencionei.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.