De “Barato” só o nome

Eu sempre ouvia falar no Luciano Mello. Era conhecido de conhecidos, estava em todos os eventos culturais da cidade que eu ia, chegou a ser Secretário de Cultura da cidade coordenador (“frustradíssimo, já q as minhas idéias nunca eram bem vindas”, segundo ele) das Artes Cênicas e Músicais do Theatro Sete de Abril. Ou seja, chegava a ser uma personalidade pelotense, ao meu ver, mas meio enigmática, já que eu não sabia nada a seu respeito. Sabia que era músico, mas nunca tinha ouvido nada dele. Até que, sei lá como, ele apareceu aqui na agência para fazermos a capa do CD que ele lançaria através do FUMPROARTE. Olha, isso faz, aproximadamente, uns 3 anos, eu acho.

O trabalho andava e parava, andava e parava. Eu já estava começando a desconfiar que Luciano Mello era uma “fraude”. Até que, na semana passada, finalmente, mandamos a capa para produção e o álbum sairá, enfim. Quinze dias antes, ele havia deixado um CD-R para ouvirmos. De fato, só tive tempo de parar e escutar na semana passada.

Para a minha grata surpresa “Universo Barato” é sensacional. Envolto em uma estética contemporânea que, por muitas vezes, acaba por servir de máscara para músicas medíocres, aqui elas servem de bela moldura. Lá por trás, tem música da melhor qualidade.

Provavelmente ele não concorde, mas defino o som como uma mistura de Vitor Ramil (que, aliás, é parceiro e toca na faixa “No Floor”), Rogério Skylab (pelas vísceras em alguns momentos) e Nine Inch Nails (pelos arranjos eletrônicos frenéticos e densos). Imaginando como aquele instrumental orquestral e ao mesmo tempo tapa-na-cara foi concebido, percebi em algumas músicas a ausência total de uma condução harmônica. Dá impressão que o troço foi gravado com um teclado “gavetão”, os arranjos inusitados foram sendo adicionados e, depois, retirou-se a base “gavetão” da harmonia moldando a obra final. Só ouvindo. O trabalho é meticulosíssimo e, agora, entendo por que demorou tanto a ficar pronto. Luciano Mello é um perfeccionista.

Há ainda as participações de Nelson Coelho de Castro e Nico Nicolaiewsky. Destaques para “Resto Começo” e “Memória do Futuro” que abrem o CD, mas todo ele é bom. Comprem quando chegar às lojas. Vale muito!

3 comentários em “De “Barato” só o nome”

  1. Obrigado! Nem tenho o que dizer! A não ser que nunca fui secretário da Cultura em Pelotas heheheheheh, fui coordenador (frustradíssimo, já q as minhas idéias nunca eram bem vindas) das Artes Cênicas e Músicais – Theatro Sete de Abril, Cacem, Secult-, durante um curto período, creio eu que em 2002. Vitor, nin e skylab? estou em ótimas companhias! abração!!!

  2. Ehehe. O bom do blog é que as besteiras que a gente escreve podem ser desmentidas ou corrigidas. Essa é a minha cabeça confusa. Mas o que importa é que o disco é sensacional! :)

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