O Bestial Futebol

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Aqui no sul, todo mundo só fala neste final de Campeonato Brasileiro de Futebol. O Internacional pode ser campeão se houver uma combinação de resultados que inclui a vitória do Grêmio sobre o Flamengo no próximo jogo. Como manda a ridícula tradição desse esporte, os torcedores preferem a desgraça de seu rival do que a vitória de seu time.

Tanto os fanáticos tricolores quanto a esquadra gremista e seus dirigentes não escondem a intenção de perder propositalmente a partida contra o rubro-negro para prejudicar seu conterrâneo e desafeto colorado. Agora me diga: como a CBF, a FIFA, a mãe de cada jogador, o bispo, Deus — ou sei lá a quem mais cada um deles deve satisfação ética, legal, espiritual, ou moral — permitem que tamanha antidesportividade e falta de vergonha na cara aconteça sem punição? Não é o esporte que ajuda a formar o caráter do jovem, a construir uma nação patriota? Não é o esporte que une pessoas e povos em torno de disputas saudáveis; que inspira os homens a ultrapassarem seus próprios limites? Não é o esporte que nos ensinou a máxima “o que importa é competir”?

A disputa entre torcidas em tom de brincadeira é saudável. Cultivar a raiva e a falta de escrúpulos e de espírito esportivo é desprezível. Se esse tipo de conduta é condenável em outros níveis, como no profissional (quando se sabota um concorrente) e no social (quando se prejudica outra pessoa) para obter-se qualquer tipo de benefício, por que é tolerável no âmbito esportivo?

É por essas e outras que eu não acompanho futebol. Prefiro Mario Kart.

7 comentários em “O Bestial Futebol”

  1. A questão é muito mais complexa e precisa ser analisada fora do ponto de vista alarmente da imprensa. Os caras falam como se o Grêmio tivesse a obrigação de ganhar do Flamengo na hora que bem entender. A verdade é que o Flamengo tem um ótimo time e o Grêmio tem uma campanha péssima em partidas fora de casa nesse ano (ganhou apenas do Náutico) e perdeu a maioria dos jogos. Ou seja, mesmo que o Grêmio “queira” ganhar, dificilmente vai conseguir. Além do mais, a partida não vale absolutamente nada para o Grêmio. Que obrigação e motivação tem o clube para essa última rodada? Nenhuma. Já o Flamengo encara a partida como o jogo mais importante dos últimos 20 anos. O Grêmio não precisa entregar o resultado, claro, mas tem o direito de escalar um time misto e testar novos jogadores se assim entender. O resultado não faz a menor diferença. E o Inter, bem, devia ter feito uma campanha melhor para não chegar na última rodada dependendo de resultados que fogem de seu alcance.

  2. Mas a questão não é ter ou não capacidade para vencer. A questão é não ter a mínima vontade de fazê-lo. No momento em que um jogador entra em campo, seja profissional ou amador, seja o Robinho, o Tcheco, o Bruno Mezzenga (sim, existe um jogador com esse nome no Flamengo) ou eu, tem que haver a vontade de vencer. Caso contrário, acabou o esporte.

  3. Concordo, mas só tem sentido vencer se isso te traz algum benefício. O Grêmio, no caso, tá ferrado, não tem condições de alcançar mais nada no campeonato. Ganhar por ganhar, ainda mais beneficiando o maior rival… não vai rolar. Também acho um absurdo um time entrar pra perder e acredito que não irão fazer isso. Mas jogar à sério uma partida irrelevante, também não tem por quê. A rivalidade Grenal já extrapolou todos os limites da civilidade, infelizmente, e nisso concordo plenamente contigo. Mas voltando ao campeonato: no meu caso, já estou feliz de os bambis não levarem a taça de novo esse ano. Hehehe

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