Obama no Brasil

Sabe quando você instala um software e ele te dá opções de língua? Alguns trazem “inglês americano”, “inglês britânico” e “inglês internacional”. Esse último é o que Obama utiliza em sua fala calma, tranquila e com palavras simples e bem escolhidas, para o mundo todo entender. Você até já sabe o que ele vai dizer — já viu dezenas de entrevistas. Mas estar diante desse grande homem do século 21 é algo que mexe com os campos magnético e gravitacional em sua volta.

Não importa, nesse momento em que ele aparece em sua frente — e na de outras 15 mil pessoas que estavam ontem no VTexDay em São Paulo —, se seu governo trouxe mais resultados para a economia americana, se seu projeto de saúde pública deu certo ou não. O real valor que esse homem deu — e dá — ao mundo é inspiração. Um negro, de origem simples, com um discurso tão humano e uma fonte de esperança e empoderamento para bilhões de seres do planeta.

Obama é um ícone eterno, um líder mundial (como todo presidente dos Estados Unidos é percebido). Mas para Barack, ser um líder não é ter mais conhecimento, saber decidir sozinho e ter as soluções para tudo. Um líder de verdade se cerca de pessoas que pensam diferente a ele e sabe fazer as perguntas certas para sua equipe de técnicos.

Barack Obama diz que teve sorte na vida. Teve sorte de ter uma mãe que fez de tudo para lhe dar a melhor educação que conseguiu e que o incentivou a não desistir das coisas em que acreditava. Então, sim, ele é um cara que chegou onde chegou também por uma questão de sorte. Quantos conseguem ter esse impulso valoroso?

Quando esteve no Brasil em outra oportunidade, disse que jogou futebol com crianças idênticas ao menino Barack, que queriam e pensavam as mesmas coisas que quaisquer outros. A educação é que faz a diferença. Não incluir, sob os âmbitos social, racial e de gênero, é perder muitos talentos. Não investir em educação (enxergando sob o viés capitalista) é perder mercado futuro, é descartar potenciais ideias inovadoras, é desperdiçar o maior capital que nos diferencia das máquinas: o intelectual.

As três horas de fila valeram a pena. Aliás, não foi pena alguma.

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