Living Colour em Porto Alegre

foto: Rodrigo dMart

24 horas se passaram e meus ouvidos ainda zunem. O som estava realmente ruim. E alto. Muito alto. Mas não era uma questão de “som rock and roll”. Estava embolado, confuso. E não me venha com essa que eu estou velho. Chegou ao ponto do baixo ter problemas, o roadie ficar desesperado procurando o defeito, ficar pulando feito um louco para que Doug Wimbish trocasse de instrumento, e ninguém, nem eu, percebeu que seu som estava ausente. E são apenas três instrumentistas no palco. Quando 1/3 deles desaparece, algum buraco gigantesco deveria surgir. Não acredito que alguém perceberia a falha apenas pela audição. Não de onde eu estava.

O Opinião é pequeno, bom de se assistir. Não tem lugar ruim. Então por que, porras, o operador de som não conseguiu tirar um som decente? PA, em lugares assim, serve só para preencher o que falta. Os amplificadores de palco, praticamente, dão conta do recado sozinhos. Acho que ele percebeu isso no meio do show. Mas, depois, piorou novamente.

“Cult of Personality” estava inteligível. Tinha a exata impressão que cada um tocava em tom diferente, tamanha a perturbação sonora. Como se ouviam no palco Claro, monitores in ear. Não era exatatamente esse Living Colour que eu queria ver.

A segunda vez da banda em Porto Alegre mostrou que Corey Glover é um cantor fenomenal, William Calhoun toca pra caralho, o carisma do ex-baixista, Muzz Skillings, não é insubstituível como eu pensava, e Vernon Reid deve mandar ver no Guitar Hero. Só que minha paciência com os barulhinhos atonais do virtuose já não é do tamanho de quando adolescente.

O público não foi grande. Chuto, metade da lotação. Melhor pra quem compareceu. Mesmo com o péssimo som, valeu a pena ter presenciado de perto meus ídolos de ébano. São gente finíssima e atenciosa – distribuíram autógrafos e sorrisos para meio mundo. Não tocaram “Middle Man”, mas eu poderia apostar que “Glamour Boys” ficaria de fora, só que todo mundo cantou junto “I’m fierce… Uuuh!

Agora é esperar pelo Faith No More, dia 3 de novembro. Será no Pepsi On Stage, onde o som costuma ser horrível. Mas por minhas experiências anteriores, duvido que seja pior.

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