Cê de Caetano (a pedidos)

O disco “” do Caetano é muito bom. Diria mais: é ótimo.
As letras são excelentes (dizem que inspiradas pela separação com Paula Lavigne). Eu não entendo como é que o Caetano, um cara das antigas, velho, açoitado por muita gente, mas com uma grande trajetória na música, consegue, neste álbum, ser mais ousado, contestador, inovador e talentoso do que 99% das novas bandinhas que assim pretendem soar. Eu não conheço os primeiros discos dele, dos quais falam que “Cê” tem mais a ver, mas esse último parece ter sido feito de pau duro. É a melhor definição. E ao contrário das recentes baboseiras que ele vinha fazendo (discos de regravações, em espanhol e etc…) para sustentar a ex-mulher dele (só pode ser isso), todas as faixas de “Cê” são de autoria própria. Eu gostaria muito de ver este show. É cru. É intenso. É porrada na orelha. Mas porrada inteligente.

Imprevisível Íra!

Tirando algumas poucas canções, sempre tive implicância com o Ira!. Sim, esse mesmo do ponto de exclamação e não dos homônimos “terroristas” irlandeses. Se bem que não gosto deles também. Curtia “Flores em Você”, tema de abertura da novela “O Outro” (ah, the golden years) e daquela outra que não lembro o nome, que diz “mas não com esta farda”. Sempre achei o Edgar Scandurra um cara muito metido, pretensioso e cheio de recalques por sua banda nunca ter sido tão considerada no mercado nacional quanto seus contemporâneos de maior expressão, como Titãs, Paralamas, Barão Vermelho e Kid Abelha. Apesar de ter um bom guitarrista, eu tinha ranso com o talento dos demais integrantes do grupo e aquela “Envelheço na Cidade” me causa enjôo até hoje. Creio que a eles também, de tanto tocarem.

Depois de muito bem comentado pela crítica, resolvi dar uma chance a seu mais recente álbum – Invisível DJ. Bom, já na primeira audição, percebi que a chance que eu estava dando era a mim mesmo, pois o disco superou minhas expectativas e, sem medo de errar, posso dizer que o Ira! chegou a maturidade a passos largos à frente de suas bandas co-irmãs, cujos mais recentes trabalhos são dignos de concurso cultural da terceira idade de algum banco qualquer (sem querer ofender os velhinhos). Tirando alguns versos cuja métrica dói no ouvido, tanto letras e músicas como arranjos são empolgantes e ficam longe do estilo tio-roqueiro-tentando-ser-jovem que se percebe em outras bandas com a mesma idade. Para o meu gosto, a maioria dos trabalhos anteriores do grupo eram simplórios, com letras fracas e melodias pouco inspiradas. Já este está abençoado, como se costuma dizer, por algum sopro divino que ventou na imaginação dos “rapazes”.

Discutir religião?

Não sou nenhum tipo de teólogo, sociólogo, antropólogo ou sabe-se-lá-o-quê-ólogo para estudar as relações entre homem e suas crenças. Mas além da verdade absoluta de que a religião é o ópio do povo, algumas questões interessantes permeiam minha mente sobre esse tipo de comportamento humano, mais especificamente no que diz respeito às igrejas de massa.

As pessoas vão em busca de algo para si e nada mais — são mesquinhas. Isso se verifica quando vemos alguém pedindo a “Deus”, por exemplo, que o seu time de futebol vença um jogo, que não chova no fim de semana ou que alguém de idade, da sua família, não morra. Ora, se o seu time ganhar o outro vai perder. Se não chover para você passear no fim de semana talvez a agricultura seja prejudicada. Se seu ente não morrer, quem irá morrer no seu lugar? Ele viverá pra sempre? Todo mundo não pode viver para sempre. É uma dança das cadeiras. Se esse “Deus” para quem se reza realmente existisse, no ato, um raio fulminante cairia na cabeça de quem teve a cara de pau de pedir coisas assim.

Para alcançar o que procuram (salvação, lugar no céu, alívio a suas dores, sensação de consciência limpa) estão dispostas a qualquer tarefa, qualquer sacrifício, quaisquer gestos que sejam solicitados, menos o de não atrapalharem a vida alheia, terem respeito pelas opiniões divergentes as suas, comportarem-se como verdadeiros cidadãos em uma sociedade. Aí é que se percebe que ética e moral não andam tão lado a lado com religião como prega-se hipocritamente. Consciência não se lava com água-benta nem com sabonete de arruda.

São cegos seguidores — daí a perfeição do termo “rebanho” — já que não questionam nem desenvolvem raciocínio próprio e lógico sobre o que está sendo transmitido. Só seguem o pastor. Na maioria, são incapazes de interpretar, por si mesmos, os escritos que regem sua doutrina — são guiados pela visão de um sacerdote ou clero (nos significados genéricos dos termos) que muitas vezes divergem entre si em suas opiniões e pontos de vista. Ou seja, acreditam em uma verdade de ocasião.

Rezam sem saber o que estão dizendo (antigamente as missas até eram em latim), balbuciando palavras muitas vezes fora de seu vocabulário. Se seus murmúrios acalmam, condicionam ou unem as pessoas em torno de uma energia revigorante, é porque funcionam como mantras, pois ninguém presta atenção de fato no que fala.

Eu não sei se sou ateu. Às vezes me pego conversando em silêncio com alguém. Pode ser uma pequena chama de algum tipo de fé dentro de mim. Pode ser minha própria consciência. Mas não peço nada para mim. Não peço isso a ninguém, muito menos a esse eu-mesmo que me habita. Quando tenho vontade de pedir, não o faço; agradeço pelas coisas boas que tenho; peço pelo não-sofrimento gratuito dos outros, mas não tenho coragem de fazer o mesmo em meu nome. Será que acho que não mereço? Será que acho que outros são mais merecedores do que eu? Essa é a minha crença — acredito nas pessoas. Talvez isso seja minha cegueira, meu guia, minha incompreensão; minha religião, meu ópio.

O Primeiro

Algumas vezes, quando estou andando por um local mais ou menos remoto, penso que sou a única pessoa que pisou naqueles centímetros de terra. Não me refiro ao fato de ninguém ter estado lá, mas de não terem tocado o solo exatamente no mesmo local que eu. Viagem. É uma mania. Às vezes penso coisas assim. Claro que não se compara ao sentimento de alpinistas, mergulhadores ou astronautas. Esses, sim, são verdadeiros aventureiros que passeiam por locais realmente inexplorados. Talvez seja minha veia desbravadora pedindo para eu mandar tudo às favas (leia-se: “à merda”) e partir rumo à liberdade. Não. Acho que não. Não sou assim, definitivamente.

Mas nesse pensamento que me visita com frequência tão grande quanto a de minhas excursões exploratórias — ou seja, de cinco em cinco anos —, recentemente quebrei um de meus recordes imaginários. Só que dessa vez, tenho uma forte intuição que fiz algo inédito.

Saí de Pelotas às 4h da madrugada, em uma das noites mais frias do ano. A sensação térmica no sul do sul do Brasil estava na casa das dezenas de graus negativos. Depois de escalas e conexões em Porto Alegre, Campinas e Brasília, cheguei em Palmas (Tocantins) com uma temperatura, até agradável, mas acima aos 30ºC. Tive certeza absoluta que, dessa vez, eu era o único: o primeiro ser humano a usar ceroulão em Palmas.

Neve em Pelotas

Hoje nevou em Pelotas. Logo após ao meio-dia. Talvez não em todas as partes da cidade, mas, é certo, em muitas delas. Tá bom, tá bom! A neve nem chegou a tocar a superfície, mas, sem dúvida, existia a uns 200 metros de altura. Se Pelotas fosse menos úmida e mais alta teríamos o chão branco, como um merengue de sobremesa para nosso almoço de quarta. Olhei pela janela e lá caiam “pingos” espessos e leves, quase retilíneos, em velocidade reduzida e vindos de diferentes direções. Eram quase flocos. Com um pouco mais de “sorte” e menos densidade, a elite pelotense teria motivo europeu para tirar seus sobretudos do armário e, como verdadeiros pseudoparisienses que são, agiriam com normalidade e desdém pelo fenômeno meteorológico do qual fingiriam ser habitués. É claro que la societé pelotense mal sabe que em Paris neva (quase) tanto quanto em Gramado. Mas como nada disso aconteceu de fato, vamos pelo menos ficar com a imaginação, para poder falar mal de alguém, nem que seja um alguém-coletivo, que vangloria-se nos vidros traseiros de seus carros, de frequentar Punta de Leste. Vive la différence!

Clientes pacientes

Consultórios médicos sempre me intrigaram.

Já repararam como alguns “doutores” se sentem super-heróis ou pop stars inacessíveis? Falo especificamente do momento em que eles cruzam atrasados, pela sala de espera, para o primeiro atendimento. A maioria nunca cumprimenta. Passa reto. Quando o “próximo” entra em seu consultório, finge que está vendo a pessoa pela primeira vez (provavelmente, até está, mesmo) e é todo simpatia. Faz parte da magia.

E a pontualidade? Médico sempre atrasa. A gente marca hora mas nunca é atendido quando combinado. É incrível que as secretárias — que, no geral, ficam anos com o mesmo médico — não tenham a mínima idéia da média do tempo que ele leva em consulta normal ou revisão, nem do quanto seu chefe costuma atrasar sua chegada diariamente. Se tivessem, usariam a agenda de forma mais inteligente. Se você tem hora no final do período, pode estar certo que esperará muito para ser atendido. Mas muito mesmo. É aconselhável ligar antes ir para não perder tempo. Assim como ser um azulzinho, às vezes tenho vontade também de ser secretária de médico. :)

E os propagandistas de laboratórios farmacêuticos? Por que não é exigido que marquem hora? Passam na frente de todo mundo. E nem doentes estão. Claro que isso não acontece nos consultórios psiquiátricos, onde você é um pouco mais cliente do que paciente, pois cobra-se por hora e, aí, time is money. Lá os propagandistas não são atendidos fora de hora.

Há algumas semanas, fui consultar com um conhecido dermatologista. Meu horário era às 14:20. Já havia marcado no começo do dia para evitar contratempos. Cheguei às 14:19, como um perfeito e legítimo chato virginiano. Adivinha? “O doutor está atrasado. Tem 4 na sua frente.” “Mas como?”, indaguei. “A que horas ele começou a atender de tarde?” “A uma e meia.” “E ainda tem quatro na minha frente?” “Pois é. Sabe como é… O pessoal dos laboratórios tem preferência.” Meu sangue ferveu. “Ah, é? Tem preferência? Deve ser porque eles trazem brindes, né?”, ironizei. “Antes fosse… Hoje em dia é uma dificuldade arrancar uma canetinha que seja deles”, disse simplória a secretária. Tive que rir.

O Imbecil x O Chato

Entre os diversos tipos de imbecis, fiquei, recentemente, encucado com um deles. Já não é a primeira vez que esse vem ao meu blog me chamar de chato. Fiquei em dúvida se eu deveria ou não dedicar o meu tempo a um tipinho desse gabarito, mas como resolver o impasse estava tomando muito tempo (mais de 15 segundos) e eu achava que precisava de um novo post, resolvi escrever. Afinal, esse tipo de assunto deve ser comentado pois trata-se de uma dessas doenças do mundo e merece atenção, assim como o aquecimento global e o desarmamento da população.

Eu fico imaginando o que faz o imbecil procurar com determinada freqüência minha página se me considera um chato.

Opção 1 – a mais simplista: o imbecil é também masoquista.

Opção 2: ela acha o mundo inteiro chato mas meu blog um pouco menos, então, apesar adjetivar-me dessa forma, encara este espaço como um lugar de certo alívio. É como estar queimando a 300ºC graus e buscar um descanso aos 200ºC. Vai entender…

Opção 3: além de imbecil é, infelizmente, um vagabundo sustentado do pelo pai que, como não tem nada que fazer, fica entrando em blogs alheios para xingar anonimamente as pessoas.

Opção 4: ele não é um vagabundo, mas usa o seu tempo livre para ficar lendo o que eu escrevo, ao invés de estar com sua família ou amigos. Ah! Acho que descobri: ele não tem família e nem amigos, é claro. Ninguém gosta de se envolver com um imbecil.

Por outro lado, fico muito feliz de ser um chato. Aliás, está escrito no cadastro do perfil deste blog algo que eu digo sempre: “os chatos salvarão o mundo”. Só não sabia que eu estava com essa bola toda. :)

Detritos Cósmicos

Estou com medo de ouvir Frank Zappa. Conheço sua voz, mas não sei cantarolar nenhuma de suas melodias. É uma falta. Grave. Gravíssima. Das piores. Dezenas de pontos na carteira – de músico (que não tenho).

Comecei a ler o livro, organizado por Fabio Massari, em sua homenagem. Não tenho nenhuma música. Fico imaginando. Cada colaborador da publicação tenta me convencer que Frank é um gênio. Eles descrevem suas obras. Quero baixar todos os seus trocentos discos. Mas não tenho coragem. Estou com medo de começar pelo álbum errado. Será que existe algum “álbum errado”? E se eu não entender o contexto? E se eu não estiver preparado? Cadê o manual? Pensei em fazer um acordo comigo mesmo: não escuto nada, acabo o incrível livro – páginas totalmente parciais – e finjo, com toda a minha força, que sou fã do Mestre desde pequeno. Alguns o classificam como um Deus. Se assim o for, meu raciocínio faz sentido: não é preciso ver (no caso, ouvir) para crer. Mas sempre fui ateu. Tá bom, talvez semi-ateu. Fico confuso.

A capa do livro me convida. Ele está olhando pra mim. É um chamado. Estou com medo de Frank Zappa. Alguém me ajuda?

Vasculhando minhas pastas no micro, achei a “CD Chain 2”. Temos um grupo de discussão de remanescentes do UNS ROCK e fizemos duas correntes de CDs, onde um personalizava um CD para outro. Tipo um amigo-secreto, só que de CDs. Na segunda edição, tirei a Gabi e fiz um CD com músicas que eram importantes para mim nos anos 80, principalmente (e são, ainda, por que não?). Tinha direita à capinha e comentário. Resolvi colar aqui, antes que eu perca :)

Cuscutlan – Frente! / Marvin The Álbum (1994)
Comprei o disco por causa (claro) do cover da Bizzare Love Triangle e, para minha surpresa, as demais músicas eram muito melhor do que isso. A banda australiana acabou. Depois Angie Hart (se não me engano o nome) fez um duo com um cara, que chamou-se Splendid. É legal, mas não tão original. A gente tocava isso na época que a Doidivanas era uma banda cover. Frente! Reforçou meu gosto por mulheres vocalistas com vozes angelicais.

Kid Abelha – Uniformes / Educação Sentimental (1985)
Da fase quando o Kid Abelha tinha o Leoni. Uma vez, fizemos uma banda com quem tinha na aula e tocamos essa música em 91 (eu acho), em uma apresentação dentro da disciplina de português. Tá, não vou explicar tudo que é muito longo.

Brasília – Plebe Rude / O Concreto Já Rachou (1985)
Na minha fase punk, Plebe Rude era o mais pop dos chamados “punks”. Hoje, a gente vê que de punk não tem nada (só o discurso, mas muito mais bem elaborado do que as demais bandas que eu escutava – Cólera, Grinders, Garotos Podres, Olho Seco, Vírus 27, Tropa Suicida …). Além dessa música ser boa, o que mais eu gosto é que tenho a impressão que eles fizeram a harmonia de base primeiro e cada um dos vocalistas levou para casa e vez sua melodia. Aí, cada um encaixou a sua e cantaram juntos. Acho demais.

Mobral – Casseta & Planeta / Preto com Um Buraco no Meio (1989)
Este disco é muito bom. Muito especial. Não era, como agora são os lançamentos deles, um caça-níqueis. Foi muito bem feito, tocado só por feras como Egberto Gismonte, Léo Gandelman, etc. O talento musical desse disco fica por conte de Mu Chebabi (membro escondido do grupo), que compôs as músicas e canta algumas, por exemplo, esta. A melhor fase do Casseta & Planeta. A gravação é ruim, pois é de vinil e feita sem equipamento bom.

Private Investigations – Dire Straits / Love Over Gold (1982)
Com a coletânea Money for Nothing eu comecei a sair do punk e perceber que música era muito mais do que eu achava que era. Na guitarra de Mark Knopfler, descobri o lado da emoção; descobri que uma melodia bem colocada, uma nota precisa, poderia levar a gente para um lado que eu nunca tinha ido. Foi nessa onda que eu comecei a ouvir o The Wall. Hoje, Dire Straits me parece um pouco simplório e o Mark Knopfler nunca mais fez nada que prestasse, apesar de eu comprar vários discos solo dele e ser capaz de comprar até hoje.

A Revolta dos Dândis 2 – Engenheiros do Hawaii / A Revolta dos Dândis (1987)
Claro. Óbvio. Quem não ouviu Engenheiros? Esse disco é o melhor até hoje. Nos seguintes eles começaram a se achar muito músicos e começaram a fazer pouca música. Este ainda é bastante sincero.

Acrilic on Canvas – Legião Urbana / Dois (1986)
Hoje eu tenho um baita preconceito contra a Legião. Mas depois de Blitz e RPM, este disco deles foi, junto com o primeiro dos Engenheiros, um dos meus primeiros discos de rock (fitas, diga-se de passagem). Essa foi uma das poucas músicas que não tocaram muito desse disco. Eu gosto dela.

A Vida Não Presta – Léo Jaime / Sessão da Tarde (1985)
Eu não era fã do Léo Jaime, mas não havia como não ouvir, pois tocava em todos os lugares. Tenho que confessar que hoje ele seria um dos meus ídolos. É uma espécie de Frank Jorge, só que mais talentoso. E mais pop também.

Underwater Love – Faith No More / The Real Thing (1989)
Eu conheci Faith No More antes do Rock in Rio que eles vieram; antes de ter clipe na MTV. Aliás, só assistia MTV quem tivesse antena parabólica. Eu não tinha. Essa foi uma daquelas fitas que um grava pro outro, que grava pro outro… Nem sei qual foi a fonte original. Acho que foi o Schaun ou o Abelha. Grande banda. Pena que acabou. Hoje fico pensando se Faith no More não equivaleria a asneiras atuais como Linkin Park e demais bandas de new metal totalmente montadas.

Jokerman – Caetano Veloso / Circulado Vivo (1992)
Não sou fã fervoroso do Caetano, mas gosto dele. Não tenho muitos discos e nem acompanho sua carreira, mas este, ao vivo, eu curti muito. Devemos admitir que o cara é muito talentoso. Uma vez, eu ouvi ele dizendo que não se considerava um músico; ele era um cineasta. Só que cinema ele não conseguiu fazer, mas música sim. Eu entendo em parte. Comparando ele com o Gil, ele é mais “artista” e o Gil mais “músico”. Ou seja, Caetano tem a visão global e poderia fazer qualquer tipo de arte, Gil tem o dom musical. Por isso que eu gosto mais do Caetano.

Tag Team Partners – Living Colour / Time´s Up (1990)
Escutar Living Colour hoje é difícil. Apesar de ter sido importantíssimo pra mim, fica meio vago demais e as coisas parecem meio sem sentido. É meio como o Faith No More, mas pior. Por isso, escolhi uma vinheta ao invés de uma música. Eu sempre gostei dela e já a usei para diversos fundos musicais em várias oportunidades.

Os Metaleiros Também Amam – Língua de Trapo / Festival dos Festivais (1985)
Quem diria que em 1985 já tinha gente fazendo metal-brega? Se prestar bem atenção, até meio milonga é. Eu tinha uma fita do Festival dos Festivais e, é claro, gostava, entre outras,  também da Condor de Oswaldo Montenegro (mas essa eu não faria o desfavor de colocar na seleção). Óbvio que perdi a fita, por isso eu ia colocar uma versão de um disco ao vivo do Língua de Trapo, mas não é tão legal (apesar de ser totalmente Massacration). Portanto, achei essa na Internet, em qualidade muito da duvidosa… Mas, pensando bem, deve ser da mesma qualidade que a minha fita tinha.

Músico – Os Paralamas do Sucesso / Severino (1997)
Com letra do Tom Zé e música de Bi Ribeiro e Herbert Vianna (quase nunca Bi compõe), esta nem é tão velha assim, mas escolhi por representar os Paralamas e um dos álbuns que mais gosto deles (por que será que os melhores álbuns são os que vendem menos?).

Nobody Home – Pink Floyd / The Wall (1979)
Eu fui ver o filme The Wall em uma reprise no Tabajara com um amigo meu que gostava (lá por 87, eu acho). Nunca tinha parado para escutar Pink Floyd e talvez nem estivesse preparado para isso. Me marcou muito e virou meu álbum de “cabeceira” por muito tempo.

O Drama de Angélica – Tangos & Tragédias (1988)
Antes mesmo de eu ir ver o espetáculo, o Martins tinha este vinil que eu gravei e ouvia direto. Depois vi mais de 4 vezes. Agora está cada vez mais ficando chato de assistir (também, pudera). Acho até que esta música eles tiraram do repertório para colocar coisas novas (não tenho certeza). Gosto das rimas proparoxítonas.

Here Today, Gone Tomorrow – Ramones / Rocket to Russia (1979)
Preciso falar alguma coisa de Ramones?

Pretty Little Ditty – Red Hot Chili Peppers / Mothers Milk (1989)
Na onda do funk metal, na qual era impossível não se envolver, os Chili Peppers eram os percussores. Este, depois do Blood Sugar, é o disco deles que mais gosto e esta, uma música um pouco atípica deles, que acho que abriu novas possibilidades para o referido álbum seguinte.

O Beijo da Aranha – Blitz / As Aventuras da Blitz (1982)
O primeiro disco de rock que eu tive foi o single da Você Não Soube Me Amar, que de um lado tinha o hit e do outro o Evandro Mesquita gritando “nada, nada, nada, nada”. Depois ganhei da mãe a fita do álbum inteiro. Eu tinha 8 anos. Em circunstâncias normais, talvez eu colocasse aqui a faixa “O Romance da Universitária Otária”, mas como eu já a coloquei no meu CD-convite de casamento, escolhi outra que a Gabi ainda não conhece (eu acho).

Fallin’ – Teenage Fanclub & De La Soul / Judgment Night (1993)
Trilha sonora original do filme. Toda feita com encontros de bandas. Como eu poderia deixar de ter um disco com Faith No More, Living Colour, Pearl Jam, entre outras, fazendo parcerias inéditas? Teenage eu nem ouvia na época, mas a música é legal e se justifica hoje.

Wrapped Around Your Finger – The Police / Every Breath You Take: The Singles (1986)
A música, na verdade, é do Synchronicity (83). Mas eu gostava mesmo era da coletânea, onde todas eram do caralho. Melhor do que Police, só mesmo os 3 discos da fase do Sting entre Soul Cages e Mercury Falling, incluindo o Ten Summoner´s Tales. O resto da carreira solo é deprimente.

Pavimentação – Titãs / Go Back (1988)
Não. Titãs não poderia ficar de fora. Esta música foi gravada originalmente no disco Televisão, onde os Titãs ainda estavam naquela de iê-iê-iê. Mas esta versão é matadora. Gravada na Suíça, no Festival de Montreaux. A gente tocava isso na Miss Troupe e, talvez na Doidivanas, não lembro. Era muito massa.