Enquanto isso, no Norte do País…

– Isso aqui que tá aberto no computador, pode deletar?
– Não, não. Pode apagar.

* – * – * – * – *

– Ela só fez até a 4ª série, mas leu muito gibi. Muito gibi, mesmo. Gibi dá pra pessoa uma boa… ã…

* – * – * – * – *

Lula, no debate do SBT:
– Não é querer relembrar o passado, é só para remomorizar na cabeça…

Mobral

Letra (e música, principalmente) sensacional do primeiro e excelente disco do Casseta & Planeta. (sim, eu não tenho nada que fazer)

Mobral
(Casseta e Planeta)

Quando eu vejo qualquer coisa
começo a lembrar
de tudo que rolou e do que ainda vai rolar
entre nós…
Hummmmm…

Não tenho mais sossego, não consigo trabalhar
É só fechar os olhos que eu começo a imaginar
Nós dois…
Hummmmm…

Um avião que entra no angar
Um ganso se afogando em alto mar

Uma minhoca esfregando no buraco
Duas bolas na caçapa e um taco

Uma pasta de dente espremida até o fim
Uma índia segurando um aipim

Um psicanalista com a boca no charuto
O líquido e o Produto Interno Bruto
Bruuuuto…

Talvez um escritor, um intelectual,
Encontre a imagem ideal

Mas para falar de amor só precisa sentimento
E ter feito pelo menos o Mobral…
Mobral…

Distinguir consoante de vogal
Fazer conta até a casa decimal
Um pouco de concordância verbal..

E se Lula ganhar no primeiro turno?

– Lula ganha no primeiro turno.
– Os militares tomam o poder.
– Metade da população, indignada com o resultado das eleições, apoia o golpe.
– Os movimentos sociais (como dos sem-terra) engrossam o confronto contra os militares.
– Os morros do Rio são invadidos pelo exército.
– Instaura-se uma guerra civil.
– Os norte-americanos mandam tropas, principalmente para a Amazônia, em nome da “paz” e da “democracia”.
– Venezuela e Bolívia colocam seus exércitos à disposição do Brasil, para defender a América do Sul.
– Inglaterra apóia Bush e manda soldados.
– Eles depõem o novo governo e montam um provisório.
– Milhares de vítimas inocentes são mortas em bombardeios “de precisão”.
– São convocadas novas eleições.

Pode ser a nossa salvação. Ehehe. Que horror. Nem brincando.

Lista de presentes

Tá. Meu aniversário já passou, mas talvez você queria me dar um presente de, ã, ã, ã… Dia da Criança… Não? São itens difíceis de achar. Então, se você econtrar em alguma loja, pode comprar (versões nacionais) que eu reembolso. :)

– Depois de Horas (After Hours – 1985)
– Donnie Darko (2001) – versão especial, de preferência
– Nimitz – De Volta Ao Inferno (The Final Countdown – 1980)
– Princesa e o Guerreiro, A (Krieger und die Kaiserin, Der – 2000)
– Alucinações do Passado (Jacob’s Ladder – 1990) – este não existe em DVD no Brasil, mas de repente sai

De “Barato” só o nome

Eu sempre ouvia falar no Luciano Mello. Era conhecido de conhecidos, estava em todos os eventos culturais da cidade que eu ia, chegou a ser Secretário de Cultura da cidade coordenador (“frustradíssimo, já q as minhas idéias nunca eram bem vindas”, segundo ele) das Artes Cênicas e Músicais do Theatro Sete de Abril. Ou seja, chegava a ser uma personalidade pelotense, ao meu ver, mas meio enigmática, já que eu não sabia nada a seu respeito. Sabia que era músico, mas nunca tinha ouvido nada dele. Até que, sei lá como, ele apareceu aqui na agência para fazermos a capa do CD que ele lançaria através do FUMPROARTE. Olha, isso faz, aproximadamente, uns 3 anos, eu acho.

O trabalho andava e parava, andava e parava. Eu já estava começando a desconfiar que Luciano Mello era uma “fraude”. Até que, na semana passada, finalmente, mandamos a capa para produção e o álbum sairá, enfim. Quinze dias antes, ele havia deixado um CD-R para ouvirmos. De fato, só tive tempo de parar e escutar na semana passada.

Para a minha grata surpresa “Universo Barato” é sensacional. Envolto em uma estética contemporânea que, por muitas vezes, acaba por servir de máscara para músicas medíocres, aqui elas servem de bela moldura. Lá por trás, tem música da melhor qualidade.

Provavelmente ele não concorde, mas defino o som como uma mistura de Vitor Ramil (que, aliás, é parceiro e toca na faixa “No Floor”), Rogério Skylab (pelas vísceras em alguns momentos) e Nine Inch Nails (pelos arranjos eletrônicos frenéticos e densos). Imaginando como aquele instrumental orquestral e ao mesmo tempo tapa-na-cara foi concebido, percebi em algumas músicas a ausência total de uma condução harmônica. Dá impressão que o troço foi gravado com um teclado “gavetão”, os arranjos inusitados foram sendo adicionados e, depois, retirou-se a base “gavetão” da harmonia moldando a obra final. Só ouvindo. O trabalho é meticulosíssimo e, agora, entendo por que demorou tanto a ficar pronto. Luciano Mello é um perfeccionista.

Há ainda as participações de Nelson Coelho de Castro e Nico Nicolaiewsky. Destaques para “Resto Começo” e “Memória do Futuro” que abrem o CD, mas todo ele é bom. Comprem quando chegar às lojas. Vale muito!

Problema de organização virgiânica

Seus usuários de iTunes!! Seus macqueiros. Me ajudem, por favor.

Eu me rendi ao iTunes, até por causa do iPod. Me rendi também ao fato dele organizar por si só as músicas em pastas, de acordo com o preenchimentos dos tags de cada mp3. Me rendi também à pasta ridícula “Minhas Músicas” do Windows. Ou seja, basta eu organizar os tags e o iTunes cria pastas e coloca os mp3 nos lugares certos. Agora, alguém tem a solução para quando uma música é interpretada por mais de um artista, mesmo que esteja presente no álbum de um só? Nunca enfrentaram este problema? Por exemplo, a música “Candy”: eu gostaria de cadastrá-la com os artistas “Iggy Pop & Kate Pierson”, para quando eu buscar, no iTunes, por um ou outro nome, ela aparecer. Só que aí, o iTunes cria uma pasta Iggy Pop & Katie Person e priva a música “Candy” do convívio com as demais do mesmo disco do artista “Iggy Pop”. Pesquisei na Internet e só achei gente perguntando, perguntando, mas ninguém dando solução. Tem indiano de cara com a Apple, pois parece que a maioria das músicas na Índia é interpretada por mais de um artista e o país representa uma boa fatia do mercado de iPods. Abaixo, o depoimento que me inspirou a questionar isso aqui.

“Another thing is that when a track has more than one artist, how the hell do you tag it? WMP9 accepted artist names spaced by ;. So you’d go ‘Seal; BB King’ for instance. That way it would place the track under both artists in the database. iTunes doesn’t do this, and I haven’t been able to figure out if it even deals with this issue. Any Mac people have a solution for this?”
http://binarybonsai.com/archives/2003/10/19/organizing-electronic-media-today/

Zoombido

Todas às quintas-feiras, às 22h (acho que agora mudou para às 20h30), no Canal Brasil – um dos oferecidos no pacote Globosat -, passa um programa sensacional que, por acaso, eu encontrei. Nunca tinha me atentando a sua programação, pois a maioria dela era de filmes brasileiros do tipo não-muito-atrativo-para-mim. Só que existem programas muito interessantes que, hoje, são o que há de melhor na minha telinha. “Zoombido – Para se fazer uma canção” é um deles. É apresentado por Paulinho Moska, que traz convidados a falar sobre um assunto que muito me agrada: composição musical. Não é um programa para leigos no assunto, mas também não é algo inacessível; é que pode ser tornar chato para quem não tem interesse de saber sobre os métodos de criação, sobre como cada autor encontra sua inspiração e temas relacionados. A qualidade de vídeo e sua edição são um bônus à parte para o deleite de quem assiste. Na abertura e encerramento, são mostrados todos os entrevistados (cujos programas já foram gravados) compondo, apesar de individulamente, uma música em parceria. Cada um faz uma partezinha da letra, harmonia e melodia e o seguinte vai completando. Um barato. Já assisti edições com André Abujanra, Leoni, Nando Reis, Oswaldo Montenegro, Otto, Frejat, Chico César, Lenine, entre outros. Mas na abertura aparecem outros, como Vitor Ramil, o qual não sei se já foi exibido ou ainda será.

Durante o programa, o bate-papo com o convidado é interrompido por performances musicais. Na primeira, o entrevistado toca sozinho. Na segunda, Moska fica batendo fotos digitais através de um tijolo de vidro que monta imagens inesperadas a cada clique. Na terceira, anfitrião e convidado se unem para tocar e cantar juntos. O programa é ambientado em um estúdio de gravação musical muito bonito e e cheio de janelas. A qualidade da captação e mixagem do áudio são excelentes. Um disco com as canções captadas em todos os programas não seria uma má idéia.

Como eu sempre digo: televisão é algo muito bom, quando se encontra o que valha a pena.

O Faustão Engordou?

Fico abismado como o mercado foi inundado pelas TVs de plasma. Os preços caem virtiginosamente e muita gente está se atirando. Todo mundo quer ter sua tela “fininha”. O que essas pessoas não sabem é que, mesmo sendo anunciado que os modelos são preparados para a TV digital (esses que vemos em ofertas atrativas a toda hora), na verdade, eles apenas têm o decodificador capaz de receber o sinal digital sem necessidade de um conversor (que será necessário para quem não fizer a troca de sua TV). A resolução oferecida por essas plasmas dos folhetos de ofertas é apenas a mesma de um disco de DVD. A TV digital e os futuros aparelhos Blue-ray e HD-DVD têm resoluções muito superiores a desses “equipamentos-xodó”. Existem, sim, as com maiores resoluções (full HD), só que custam mais do que o dobro do preço.

Mas as pessoas não querem nem saber. Assim como na época da TV em preto e branco, quando se colocava um acetato colorido na tela para simular uma transmissão em cores, os consumidores-banana achatam a imagem da transmissão atual para ajustar o 4×3 ao 16×9 do aparelho. O Faustão nunca esteve tão gordo. Essas TVs apresentam algumas formas de ajustar a imagem no nova tela: pode-se cortar as partes superior e inferior para que as laterais preencham toda extensão; pode-se deixar barras pretas em ambos os lados, de forma a não se perder nada; mas o Zé-plasma prefere tela cheia e achatada. Afinal, pagou caro pelas polegadas a mais e é preciso diluir o custo fixo. :)

Restaurantes de Pelotas – Lobão

A Churrascaria Lobão é uma instituição em Pelotas. Cada vez que vou lá, fico maravilhado com a qualidade do serviço e da comida. É claro que fica difícil exigir esse altíssimo nível de atendimento quando o estabelecimento está superlotado, em ocasiões como o Dia das Mães. Mas, mesmo assim, eles conseguem se sair muito acima da média. Mesmo com a casa cheia, eles são perfeitos. Acho que a fórmula do sucesso do Lobão está no conhecimento do negócio (restaurante é para profissional) e no domínio completo de tudo que se propõe a oferecer. Determinaram que a casa seria simples e a comida também e, por isso conseguem se superar. O buffet de saladas é o melhor da cidade. Até os pratos quentes – incluindo o strogonoff (que normalmente seria um prato suspeito em uma churrascaria) é feito com carinho e sinceridade. O Lobão não tenta ser o que não é; ele consegue ser melhor do que parece ser; surpreender sempre. Assim, é possível ter o controle perfeito de tudo que oferece. O contrário disso é o pior deslize que um restaurante pode cometer – tentar ser elitista, metido à besta e, no máximo, conseguir ser falso. Alguns restaurantes incorrem nesse erro que pode destruir com todos os demais méritos que eles possam ter. Pra mim, o único problema do Lobão é a alta velocidade em que, às vezes, as carnes são oferecidas. Se o papo na sua mesa engrena, as interrupções que o serviço farto causa chega a atrapalhar um pouco. Acho que aquele sistema de verde-e-vermelho, comum em rodízios em todo o País, poderia ser bastante útil. Mas eles devem ter algum motivo que desconheço para não utilizá-lo. Apesar dos quadros na parede (para venda) serem a síntese do mau-gosto, é tradição no local e devem ser encarados como a expressão da simplicidade da casa. Aliás, quem seleciona aquilo? :)

Longa vida ao Lobão.

Um Grande Magazine da Cidade

Cliente habitual de grande e tradicional magazine pelotense, como faz periodicamente em alguns sábados, vai até a loja da Domingos de Almeida abastecer seu guarda-roupas. Na hora do pagamento, pergunta como ele pode ser feito. A caixa responde que é possível fazer à vista, com 10% de desconto, ou em 5 vezes, pelo cartão, pelo preço de etiqueta. Intrigado pela falta de opções intermediárias de número de parcelas, questiona se não dá para fazer em 3 vezes. A funcionária, educadamente, diz que até dá, mas que o preço será o mesmo da etiqueta. O cliente estranha não ter um desconto progressivo para a situação, mas resolve pagar à vista e aproveitar os 10% a menos. Após pagar, avista o dono do estabelecimento, que costuma dar plantões trabalhando no caixa. “Que legal, é uma boa forma de estar em contato direto com seus clientes. É um homem de visão!” Santa ingenuidade. Resolve tirar a pulga de trás da orelha sobre as opções de pagamento e as vantagens, afinal, a opção oferecida de pagar em 5 vezes deve ser a única que conseguiram negociar com a operadora de cartão de crédito. Ele cumprimenta o senhor, faz educadamente a pergunta, medindo as palavras para não ser mal entendido, mas recebe uma antipática, sisuda, arrogante, grossa e burra resposta: “cliente assim não me interessa”.

Se fosse comigo eu enfiava os R$500 em compras no orifício posterior do cidadão e exigia a devolução do meu dinheiro. Eu mesmo já vi este senhor, na hora de fechar a loja, barrando clientes que chegavam à porta no exato momento de encerrar as atividades, sem ao menos um “está na hora, mas entra rapindinho, vai”. Ele prefere um “tá fechado!” Ê, lojinha caipira, sô. Como é que consegue se criar? O pelotense merece e gosta.