As regras centenárias do futebol

A Fórmula 1 altera regulamento todo ano. Assim, oferece mais desafios às equipes e pilotos, além de aumentar a competitividade e renovar o interesse dos apreciadores.

Por que o futebol não se inspira nesse pensamento?

A adoção do VAR foi a única grande mudança que vi. E não se tratou de regra mas de arbitragem — para verificar com maior eficiência AS MESMAS REGRAS.

Proponho, então, O FIM DO IMPEDIMENTO PARA 2021!

O que aconteceria? Mais gols. Uma necessidade enorme de alterar pensamentos táticos — o que seria bom até para o combate ao Alzheimer de técnicos, jogadores e torcida!

Mas sério, é uma das poucas regras que não têm uma justificativa para existir. Por exemplo: lateral, escanteio e tiro de meta, servem para que a bola não saia dos limites do jogo. É importante ou o jogo entraria nas arquibancadas, chegaria às ruas… Falta e pênalti servem para conter a violência e tentar que o jogo fique dentro da civilidade e do espírito esportivo. Idem os cartões amarelo e vermelho. Toque de mão serve para que o jogo continue se chamando “football”.

Agora, o impedimento serve pra quê?! Se ambos os times pudessem receber a bola à frente de seus adversários, não significaria vantagem para algum deles.

Imagino que a regra exista pra que o jogo seja mais aberto e não tão concentrado perto do gol. Mas acho que seria legal um ano de teste sem impedimento.

Vocês devem estar percebendo que não entendo nada de futebol. Entendo de criar elementos que atraiam a atenção das pessoas, vendendo mais ingressos e patrocínios às transmissões. :)

Sobre o Gauchão

1. Segundo a Wikipedia, o primeiro Gauchão aconteceu em 1919. Falhou alguns anos, mas em 2019 faz 100 anos que foi criado. Amigos futebolistas me disseram que não houve divulgação do fato. Ou seja, a mídia e a Federação Gaúcha perderam uma boa chance de valorizar a edição.

— Não me deixa na mão, Wikipedia!

2. Não mais de cinco vezes (as informações da Wikipedia não são muito precisas), o campeão não foi da dupla Grenal. Ou seja, a competição não passa de um campeonato porto-alegrense de futebol. Por isso, me pergunto, por que há tanta comoção em uma final entre Grêmio e Internacional. Será por falta de conquistarem algum outro título?

3. Sugiro, neste fórum democrático onde se apresentam todas as soluções dos problemas do mundo — a blogosfera —, que o paranauê seja o seguinte: anualmente, Grêmio e Internacional farão o maior evento do RS (o Super Grenal). Trata-se de uma disputa (ou duas, uma em cada casa) que atrairá os olhares dos gaúchos, paranaenses, mato-grossenses e tocantinenses (esses estados que foram povoados por gaúchos e que não têm time que os agradem). Amplamente coberto por rádio, TV, internet, a disputa decidirá qual torcida ficará de boca calada pelo próximo ano.

4. O Gauchão continuará acontecendo, mas agora sem a presença da dupla da capital, e o seu primeiro colocado irá disputar com o vencedor do Super Grenal. Assim, um time do interior terá a oportunidade de jogar uma final, vencer e, com os proveitos financeiros e de imagem conquistados, ter recursos para investir em sua estrutura e ter chance de se igualar aos primos porto-alegrenses.

5. Como toda opinião de merda na Internet, você não tem o direito de contestá-la. Mas se quiser, pode.

O VAR, o futebol e a Justiça

árbitro usando o vídeo para decidir o lance

A Copa 2018 de futebol na Rússia ficará marcada como o mundial do VAR (Video Assistant Referee), ou como estamos chamando, “árbitro de vídeo”. Baseada nas imagens que são capturadas durante o jogo, em tempo real, uma equipe fora do campo analisa os lances um a um e oferece ajuda ao juiz oficial. Às vezes ele aceita, em outras não, mas o fato é que, por causa desse apoio que visa dirimir dúvidas e evitar injustiças, até o dia de hoje, início da segunda fase da competição, já foram batidos vários recordes, como, por exemplo, o número de pênaltis marcados.

Alguns dizem que o VAR acaba com a graça do futebol. Segundo eles, a diversão do esporte tem muito a ver com as discussões durante e pós-jogos; se foi ou não foi gol, se a falta foi bem marcada ou sobre a profissão das mães dos juízes. Ora, será que entre todas as bestialidades que o futebol oferece para o deleite da massa sedenta de sangue, essa é imprescindível que seja mantida?

Vivemos no Brasil uma época em que as leis são relativizadas, o que vale para um não vale para outro e em que algumas práticas ilegítimas são legitimadas com a desculpa do todo-mundo-faz. O poder judiciário, o último a ser questionado depois da derrocada total dos outros dois, agora se mostra também partícipe desse mecanismo nojento do qual somos vítimas, às vezes cúmplices.

Aí, quando surge um método inequívoco, inquestionável e isento de se fazer justiça (e das cegas) no esporte mais importante do planeta, tem gente que prefere o erro, a vantagem, a simulação, o jeitinho, a malevolência, o escárnio — a injustiça. Tudo em troca de um bate-boca, uma discussão de bar, um xingamento, uma — para muitos — diversão.

Pois sou totalmente a favor do VAR, de que vença o melhor, de que o fair play, o talento, o treinamento e as regras sejam protagonistas. Que o mundo possa ter diversos VARs para todas as esferas carentes de seriedade. Só, claro, não precisa chegar ao ponto apresentado no episódio 3 da primeira temporada de Black Mirror — “The Entire History of You”.

Brasil 1 x 7 Alemanha — Uma metáfora para a vida

futebol_rua[1]Não se ganha respeito na vida simulando pênalti.
Não se encara desafios de chuteira dourada.
Vitória se faz com competência.
Não há conquistas solitárias. Somos um time.
Ninguém vence por antecipação.
Deus não tem nada a ver com um jogo de futebol, com o sucesso ou o fracasso.
Não é porque você chora que tem razão.
Você não merece mais que ninguém, principalmente quando se quer ganhar pela sexta vez.
O seu país não é melhor que nenhum outro, muito menos dos melhores de fato em todas as instâncias.
O futebol não é a vida. A vida não é o futebol.
Apesar da patrocinar a metáfora.